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Inadimplência: veja os motivos da alta e saiba como evitar ser parte dessa estatística

Dinheiro e contas

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Inadimplência: veja os motivos da alta e saiba como evitar ser parte dessa estatística

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O consumidor está tendo que lidar com juros em alta, inflação em patamar elevado e a renda estagnada – ou em queda. Nesse cenário restritivo, você deve ter cautela para acabar não engrossando as estatísticas de inadimplência, que estão em crescimento.

A inadimplência é o percentual de contas em atraso em relação ao total de crédito de uma instituição, empresa ou prestadora de serviço. Em geral, entram nesse índice os atrasos acima de 90 dias. Quando o consumidor entra nessa condição, ele passa a fazer parte dos cadastros de negativados e tem mais dificuldade em conseguir novos empréstimos ou mesmo contratar serviços.

Olhando só o sistema bancário, a inadimplência da pessoa física nas operações com recursos livres (que é o dinheiro que o banco capta e pode destinar para a modalidade de crédito que quiser) estava em abril em 5% ao ano, uma alta de um ponto percentual em 12 meses.

Mas esses dados estão defasados devido à greve dos servidores do Banco Central durante o primeiro semestre. Indicadores dos bancos privados e de outras empresas indicam que a tendência de alta continua, e que vai se agravar.

“O risco de inadimplência é elevado. Temos um ambiente econômico de baixo crescimento e juros e inflação elevada que comprometem a renda. As taxas de desemprego também não ajudam”, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças).

PIB, inflação, juros e renda

Por ambiente econômico, entenda-se os principais indicadores que medem crescimento, nível de preços e outras variáveis.

A expectativa do crescimento da economia, medida pelo PIB, é de 2% para esse ano, segundo o boletim Focus do BC, que reúne a média das projeções de diversos economistas.

Esse número é acima do que era esperado no início do ano, mas ainda assim baixo para impulsionar a geração de renda. E, para o ano que vem, a projeção é de um crescimento do PIB de apenas 0,41%.

O consumidor ainda precisa lidar com a inflação. O IPCA nos 12 meses encerrados em julho está em 10,07%. Até o final do ano, a expectativa é que fique em 7%, ou seja, desacelere, ainda de acordo com o Focus.

Essa desaceleração, no entanto, está mais concentrada nos preços dos combustíveis e energia. Outros produtos relevantes para o dia a dia, como alimentos e itens para manutenção da casa, não têm perspectiva de redução dos preços.

E para quem tem dívida ou vai se endividar, a Selic está em 13,75% a ano. Um ano antes, a taxa básica era de 5,25%.
Pagando mais caro pela alimentação e outros gastos essenciais e com dívidas mais caras, fica mais difícil honrar os compromissos.

Para piorar, o juro que o consumidor paga não é esse. Essa é a taxa que os bancos captam dinheiro para emprestar. A taxa paga por quem precisa de dinheiro é superior e varia de acordo com a modalidade de crédito. Um financiamento de veículos, por exemplo, tem taxa de menos 2% ao mês (26,7% ao ano), mas a do cartão de crédito fica em torno de 13,5% (350% ao ano).

O que poderia ajudar o cidadão é o aumento da renda. O desemprego até tem caído, mas os salários não estão subindo – o rendimento médio real mensal ficou no período em R$ 2.652, uma queda de 5,1% ante o mesmo trimestre de 2021.

Fuja da estatística

Para não ficar inadimplente e ter o nome nos cadastros de restrição, como Serasa, o importante é ter o orçamento doméstico sob controle e, como o cenário é ruim, fugir de novas dívidas.

Mas se for necessário fazer uma dívida ou financiamento, avalie a real capacidade de pagamento, levando em conta as demais despesas já assumidas, como alimentação e moradia.

“O momento está ruim para endividamentos. Se não tiver alternativa, é melhor tentar migrar para dívidas mais baratas e ser cauteloso, evitando as linhas caras”, diz Oliveira.

Dívida dobra em 6 meses

A linha de crédito mais cara, e acessível, é o rotativo do cartão de crédito, que é quando o consumidor não consegue pagar a fatura integralmente. Essa taxa está em média a 13,5% ao mês, o que significa que uma dívida pode dobrar de tamanho em menos de seis meses.

Para evitar cair nas armadilhas do cartão, o consumidor também deve evitar parcelar compras que são recorrentes, como o supermercado e o combustível, e ter atenção às pequenas dívidas. Uma parcela de R$ 100 ou R$ 50 pode parecer não fazer falta no orçamento. Mas ao se juntar várias delas, a fatura do cartão pode dar um susto no consumidor.

Ser realista também pode ajudar a evitar entrar em uma bola de neve.

Se você viu que não vai conseguir pagar a fatura do cartão, o melhor é tentar conseguir um empréstimo para quitar essa dívida (para os assalariados, o consignado é a melhor opção) e, no último dos casos, fazer o parcelamento da fatura, que ainda tem juros elevados, mas bem mais baixo do que o do rotativo.

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