Nesta sexta-feira (11), o Ibovespa iniciou o pregão com leve queda de 0,52%, aos 136.028 pontos. O movimento do índice reflete o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliar sua ofensiva comercial ao anunciar tarifas mais agressivas contra países estratégicos. Além disso, o mercado digere dados econômicos domésticos e acompanha as sinalizações da equipe econômica brasileira diante do cenário de incerteza.
Trump elevou a temperatura das relações comerciais globais ao comunicar a aplicação de uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses, a partir de 1º de agosto, e deixou claro que o percentual poderá ser ainda maior caso o país vizinho reaja. Em paralelo, sinalizou que a tarifa mínima para países sem alíquota definida pode subir dos atuais 10% para até 20%. A retórica dura afetou o humor dos mercados internacionais e impactou diretamente os ativos brasileiros, ainda mais após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil aos EUA, o maior percentual aplicado até o momento.
Na B3, o clima é de tensão. Empresas com forte presença internacional lideram as perdas ou operam com volatilidade. As ações da Embraer (EMBR3) recuaram 3,7% no último pregão, diante da possibilidade de absorver os custos do tarifaço para manter competitividade. No entanto, a valorização do petróleo e do minério de ferro que, sustentou Vale e Petrobras, e evitou um tombo maior do índice. Ainda assim, os ADRs dessas companhias apontavam para um dia de ajustes, com quedas de 0,40% e 0,25%, respectivamente, no pré-mercado em Nova York.
Em meio a esse cenário desafiador, o Brasil se vê em uma encruzilhada diplomática e econômica. O governo federal promete reagir com base na Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada neste ano, defendendo a soberania nacional diante das imposições unilaterais. A movimentação dos próximos dias será decisiva: se mal conduzida, pode afetar não apenas as relações comerciais, mas também a confiança nos ativos brasileiros. O mercado, atento, espera sinais claros de articulação política e competência estratégica para enfrentar uma das maiores pressões externas dos últimos anos.
Por volta das 10h30, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
• MRV (MRVE3): +4,23%
• Petrobras (PETR3): +1,02%
• Cyrela (CYRE3): +1,02%
Baixas
• Magalu (MGLU3): -4,08%
• Yduqs (YDUQ3): -3,40%
• Cogna (COGN3): -3,62%
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