A semana de 17 a 22 de agosto foi marcada por acontecimentos de peso no cenário econômico. Na segunda-feira, dia 18, saiu a prévia oficial do PIB brasileiro. O IBC-Br, indicador calculado pelo Banco Central, mostrou queda de 0,10% em junho. Apesar do recuo pontual, o resultado do segundo trimestre de 2025 foi de crescimento de 0,3%, sinalizando algum fôlego da atividade econômica.
Já na sexta-feira (22), as atenções se voltaram para os Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu que a autoridade monetária pode cortar os juros já em setembro. Mesmo assim, fez questão de ressaltar sua preocupação com a inflação e destacou que há “novos desafios” à frente, citando o tarifaço promovido por Donald Trump e as políticas imigratórias mais rígidas.
Esses fatores ajudaram a ditar o ritmo das bolsas ao longo da semana, influenciando o humor dos investidores e o desempenho de diversas companhias.
Maiores altas:

A Minerva (BEEF3) foi o grande destaque positivo, com valorização de 17,11%. A alta veio após o Morgan Stanley revisar sua recomendação para overweight (equivalente à compra), segundo fontes de mercado. Além disso, na terça-feira (19), a empresa anunciou a homologação do aumento de capital social por meio de bônus de subscrição, aprovado pelos acionistas, abrindo espaço para novas emissões de ações.
Outro nome em evidência foi o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que avançou 13,33% na semana. O movimento foi motivado pela resposta da companhia a questionamentos da B3, após reportagem do Valor revelar as renúncias de Ticle e de Daria Los, membros independentes do comitê financeiro e de auditoria. Em suas cartas, ambos relataram desconforto com a composição do colegiado e levantaram dúvidas sobre sua independência. O GPA, no entanto, afirmou que as saídas não comprometem o funcionamento do comitê, que seguirá operando dentro dos padrões de governança.
A Braskem (BRKM5) também figurou entre as maiores altas, acumulando ganho de 11,91% após o fim do prazo de exclusividade de 90 dias concedido a Nelson Tanure em negociações com a Novonor. Apesar do término, a empresa informou que a Novonor continua em tratativas com o Petroquímica Verde Fundo de Investimento em Participações, veículo de investimentos controlado por Tanure.
Maiores quedas:

Na ponta oposta, a Rumo (RAIL3) recuou 5,58%. A maior operadora ferroviária do país comunicou que, em 21 de agosto, foi concluído o leilão na B3 das frações de ações remanescentes da reorganização societária envolvendo a Rumo Malha Norte.
A própria B3 (B3SA3) também figurou entre as quedas, acumulando retração de 4,49% na semana. O movimento foi influenciado pela saída de R$ 536,9 milhões de investidores estrangeiros do segmento secundário, que envolve papéis já listados. Com isso, a categoria registra déficit de R$ 147,5 milhões em agosto. Ainda assim, o saldo de 2025 permanece positivo, em R$ 19,9 bilhões.
Já o BB Seguridade (BBSE3) encerrou a semana com baixa de 3,02%. O desempenho negativo veio após o anúncio de mudanças no conselho de administração. De acordo com fato relevante divulgado na quarta-feira (20), Rosiane Laviola e André Gustavo Haui apresentaram seus pedidos de renúncia aos cargos de vice-presidente e membro do colegiado, respectivamente.
O balanço da semana mostra que, embora o mercado tenha encontrado estímulos em notícias corporativas positivas e em perspectivas de política monetária nos Estados Unidos, a volatilidade ainda persiste, refletindo um ambiente global incerto e a necessidade de cautela por parte dos investidores.
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