Ibovespa perde fôlego após discurso de Powell e novas incertezas entre EUA e China

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Ibovespa perde fôlego após discurso de Powell e novas incertezas entre EUA e China

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Foto: Shutterstock/Vintage Tone

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O Ibovespa encerrou a terça-feira (14) em leve queda de 0,07%, aos 141.683 pontos, refletindo a combinação de tensões geopolíticas, discursos de autoridades monetárias e ruídos fiscais no Brasil. O destaque do dia foi a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que sinalizou uma possível interrupção na redução do balanço da autoridade monetária americana, movimento que poderia manter maior liquidez global e favorecer ativos de risco.

Apesar disso, o ambiente internacional continuou pressionado por novas escaladas comerciais entre Estados Unidos e China, reacendidas por declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que acusou Pequim de manipular o comércio global ao restringir exportações estratégicas. As sanções chinesas a subsidiárias da Hanwha Ocean ampliaram a aversão ao risco.

No Brasil, o clima foi de atenção redobrada ao cenário fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de audiência no Senado e reafirmou o compromisso do governo com melhorias fiscais e justiça social, mesmo após a derrubada da MP 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras. Haddad disse estar confiante na isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e defendeu o fim de benefícios tributários que, segundo ele, funcionam como privilégios.

No campo corporativo, algumas ações se destacaram positivamente e ajudaram a limitar as perdas do índice. A Embraer (EMBR3) liderou as altas, subindo 4,89%, após anunciar um pedido firme de 20 aeronaves E195-E2 da empresa de leasing holandesa TrueNoord, avaliado em US$ 1,8 bilhão. A notícia veio acompanhada da elevação da perspectiva de crédito pela Moody’s, de estável para positiva, reforçando o momento sólido da fabricante brasileira.

Outra alta expressiva veio de Raízen (RAIZ4), que avançou 3,53% após esclarecer que não pretende reestruturar sua dívida, reforçando caixa robusto de R$ 15,7 bilhões e linhas de crédito disponíveis. Apesar da melhora pontual, investidores seguem atentos ao elevado endividamento da empresa em meio à reprecificação de risco no mercado de crédito corporativo.

Entre as empresas de commodities, o cenário foi negativo: o petróleo Brent recuou 1,63%, a US$ 62,30, pressionando as ações da Petrobras (PETR4), que caíram 0,69%. O movimento refletiu temores sobre excesso de oferta global e aumento de estoques, conforme relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).

A Minerva (BEEF3) subiu 2,48% após o Itaú BBA elevar o preço-alvo para R$ 9,00, destacando fundamentos sólidos e expectativas positivas para o mercado global de carne. Já Usiminas (USIM5) avançou 2,88%, com investidores apostando em recuperação gradual do setor siderúrgico.

No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,09%, enquanto Natura (NATU3) recuou 2,72% diante de projeções de resultados mais fracos no terceiro trimestre.

O dólar Ptax subiu 0,65%, a R$ 5,4982, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Embraer (EMBR3): +4,89%

• Raízen (RAIZ4): +3,53%

• Usiminas (USIM5): +2,88%

• Minerva (BEEF3): +2,48%

• Magalu (MGLU3): +2,09%


Baixas

• Cogna (COGN3): -3,97%

• Marfrig (MBRF3): -3,71%

• Engie (EGIE3): -3,49%

• Brava Energia (BRAV3): -3,40%

• Natura (NATU3): -2,72%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (14/10):

• Segunda-Feira (13): +0,78%

• Terça-Feira (14): -0,07%

• Na semana: +0,71%

• Em outubro./2025: -3,11%

• No 4°tri./25: -3,11%

• Em 2025: +17,79%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: +0,44%

• Nasdaq: -0,76%

• S&P 500: -0,16%


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