Ibovespa renova recorde e mantém rali apesar de incertezas globais

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Ibovespa renova recorde e mantém rali apesar de incertezas globais

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Foto: Shutterstock/dTosh

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O Ibovespa encerrou a terça-feira (4) em leve alta de 0,17%, aos 150.704 pontos, registrando a décima valorização consecutiva e o sétimo recorde histórico seguido. O desempenho contrasta com o recuo das bolsas internacionais, pressionadas por incertezas sobre os juros nos EUA e o temor de uma bolha nas ações de tecnologia.

O pessimismo externo ganhou força após divergências entre dirigentes do Federal Reserve. Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, sinalizou cautela com novos cortes, enquanto Stephen Miran, indicado por Donald Trump, considerou a política monetária “excessivamente restritiva”. Já o presidente Jerome Powell afirmou que uma última redução ainda neste ano “não está garantida”.

A preocupação com os valuations das big techs cresceu após alertas de David Solomon (Goldman Sachs) e Ted Pick (Morgan Stanley), que estimam uma correção de 10% a 20% nos mercados nos próximos dois anos. Ambos, porém, ressaltaram que movimentos de realização são naturais em ciclos de alta. O P/L de Shiller, indicador histórico de valorização, voltou a ultrapassar 40 pontos, patamar que precedeu o estouro da bolha das pontocom em 2000.

O cenário é agravado pelo shutdown prolongado do governo americano, que já iguala o recorde de 35 dias. Ainda assim, o foco local segue na reunião do Copom, que deve manter a Selic em 15%, com expectativa de início do ciclo de cortes apenas em 2026.

Em evento da Bloomberg, o ministro da Fazenda Fernando Haddad criticou a resistência do mercado e afirmou que “as taxas de juros vão ter que cair”. Segundo ele, não há como sustentar juros reais de 10% com inflação em torno de 4,5%. O ministro também reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e disse que o Brasil “vive seu melhor momento em indicadores econômicos desde 2010”.

Haddad destacou o impacto positivo da reforma tributária, com potencial de aumentar o PIB entre 12% e 20%, e defendeu a redução da desigualdade como pilar do crescimento. Disse ainda que a matriz energética brasileira coloca o país em vantagem na transição verde, citando biocombustíveis e o fundo “Florestas Tropicais para Sempre” como motores da agenda climática.

A Embraer (EMBR3) foi a maior queda do Ibovespa, com recuo de 3,60%, após divulgar lucro líquido de R$ 622 milhões, queda de 37% em relação a 2024. A receita recorde de R$ 10,9 bilhões foi ofuscada pela ausência de ganhos extraordinários do ano anterior. Ainda assim, o backlog histórico de US$ 31,3 bilhões e a manutenção das metas para 2025 sustentam a visão positiva dos analistas, que seguem com recomendação de compra.

Já a Klabin (KLBN11) subiu 2,95%, impulsionada por Ebitda de R$ 2,1 bilhões, alta de 17% no ano, e forte geração de caixa. O desempenho do segmento de papel e embalagens compensou a fraqueza da celulose. Grandes bancos mantêm recomendação de compra, destacando a redução da alavancagem e o avanço da rentabilidade.

As ações da Vale (VALE3) recuaram 1,12%, após a empresa esclarecer à CVM que ainda não há decisão sobre dividendos extraordinários. A declaração do CFO, Marcelo Bacci, sobre “possível pagamento em breve” levantou especulações no mercado. Analistas seguem otimistas, projetando dividend yield entre 7% e 8% para os próximos 12 meses, sustentado por forte geração de caixa e preços do minério acima de US$ 100.

Outros destaques corporativos incluíram a Cosan (CSAN3), em queda de 3,12%, e Localiza (RENT3), que avançou 3,15% com boas expectativas para o setor de locação e seminovos.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +6,16%

• Vamos (VAMO3): +5,02%

• IRB (IRBR3): +3,49%

• Localiza (RENT3): +3,15%

• Klabin (KLBN11): +2,95%


Baixas

• Embraer (EMBJ3): -3,60%

• Cosan (CSAN3): -3,12%

• CSN Mineração (CMIN3): -2,13%

• Raízen (RAIZ4): -2,13%

• CSN (CSNA3): -1,83%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (04/11):

• Segunda-Feira (03): +0,61%

• Terça-Feira (04): +0,17%

• Na semana: +0,78%

• Em novembro./2025: +0,78%

• No 4°tri./25: +3,05%

• Em 12 meses: +15,47%

• Em 2025: +25,29%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,53%

• Nasdaq: -2,04%

• S&P 500: -1,17%

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