Ibovespa recua com pressão do petróleo e paralisação do governo dos EUA

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Ibovespa recua com pressão do petróleo e paralisação do governo dos EUA

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Foto: Shutterstock/Lemonsoup14

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O Ibovespa encerrou a quinta-feira (2) em queda de 1,08%, aos 143.950 pontos, refletindo tanto o ambiente internacional de maior cautela quanto os desdobramentos do cenário político e corporativo no Brasil. O índice foi pressionado principalmente pelo desempenho negativo das ações ligadas ao petróleo, além da reação dos investidores a mudanças tributárias aprovadas na Câmara dos Deputados.

No front externo, a atenção dos mercados esteve voltada para o segundo dia de paralisação do governo dos Estados Unidos, que paralisou a divulgação de dados oficiais e elevou a incerteza sobre o ritmo da economia americana. O impasse político amplia a percepção de risco, ao mesmo tempo em que investidores acompanham as negociações no Congresso e os possíveis impactos fiscais da paralisação prolongada.

Outro fator que contribuiu para o humor mais negativo foi o comportamento do petróleo. Os preços da commodity caíram pelo quarto pregão consecutivo, em meio à expectativa pela reunião da Opep+ marcada para domingo (5). Cresce a possibilidade de que o cartel anuncie um novo aumento na produção, o que reforça os temores de excesso de oferta global. O WTI para novembro recuou 1,63%, a US$ 60,78 o barril, enquanto o Brent para dezembro caiu 1,47%, a US$ 64,39. Essa pressão derrubou o setor de energia na B3: as ações da Petrobras (PETR4) caíram 0,96%, acompanhadas por perdas da Petroreconcavo (RECV3, -2,13%), da Prio (PRIO3, -0,23%) e da Brava (BRAV3, -1,94%).

Apesar do pessimismo generalizado em torno da commodity, algumas tensões geopolíticas funcionaram como freio para quedas ainda maiores, sobretudo diante do risco de interrupções no fornecimento russo. O conflito no leste europeu segue no radar, após alertas do Kremlin contra o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia e novos episódios de tensão diplomática envolvendo a chamada “frota fantasma” russa.

No cenário doméstico, o destaque político foi a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, ao mesmo tempo em que eleva a carga tributária sobre contribuintes de renda mais alta. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o resultado como um “golaço”, ressaltando que a medida busca promover maior justiça tributária sem comprometer o equilíbrio fiscal. A expectativa é que a proposta tenha tramitação favorável no Senado, o que poderia beneficiar cerca de 15 milhões de brasileiros.

Entre as empresas listadas, os destaques do pregão ficaram por conta de movimentos corporativos importantes. O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) registrou a maior queda do dia, de 6,92%, após comunicar mudanças em seu Conselho Fiscal, o que aumentou a percepção de instabilidade entre investidores. Já a Azzas 2154 (AZZA3), anunciou o fechamento de uma fábrica no Rio Grande do Sul, medida que integra sua reestruturação produtiva. O mercado, no entanto, reagiu de forma negativa e as ações da companhia recuaram 5,14%.

Na contramão do movimento predominante de baixa, a Gerdau (GGBR4) avançou 1,24%, impulsionada pelo seu Investor Day em São Paulo. A companhia apresentou revisão de CAPEX, reforçando sua estratégia de eficiência e verticalização das operações, além de sinalizar dividendos consistentes e perspectivas positivas de geração de valor nos próximos anos. O tom construtivo da apresentação contribuiu para a valorização dos papéis, mostrando resiliência em meio ao cenário mais desafiador do mercado de commodities.

Em paralelo, rumores no mercado indicaram que o governo federal estaria estudando um programa de tarifa zero para o transporte coletivo urbano em todo o país. Embora ainda não exista proposta formal, a ideia foi interpretada como possível bandeira para a campanha de reeleição do presidente Lula em 2026. A avaliação de analistas da área econômica é de que a iniciativa dificilmente sairia do papel no curto prazo, mas o tema já começou a influenciar expectativas do mercado sobre as contas públicas.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Marcopolo (POMO4): +1,62%

• Gerdau (GGBR4): +1,24%

• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +1,03%

• Rumo (RAIL3): +1,02%

• Weg (WEGE3): +0,95%


Baixas

• Pão de Açúcar (PCAR3): -6,92%

• Embraer (EMBR3): -5,82%

• Azzas (AZZA3): -5,14%

• Magalu (MGLU3): -4,58%

• Cogna (COGN3): -4,53%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,17%

• Nasdaq: +0,39%

• S&P 500: +0,06%


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