Muitos investidores brasileiros nunca se interessaram muito pelos investimentos internacionais, seja pelas taxas de juros internas elevadas, ou por estes investimentos serem acessíveis somente para elevados patrimônios. Contudo, com a situação da economia atual e alterações recentes em regulamentações de fundos de investimento, estes investimentos passaram a ser não somente possíveis, mas recomendados.
Pensando nisso, resolvi elencar 3 principais motivos para você mudar esse paradigma quando falamos de alocação de investimentos:
Importância da Dolarização:
O Brasileiro está cada dia mais consumindo produtos e marcas internacionais, com maior internacionalização dos produtos e acesso aos mesmos no mercado de consumo direto. Aliado a isso, estamos sofrendo nos últimos meses com a desvalorização do Real frente ao Dólar, movimento esse que se iniciou a mais tempo.
Abaixo um gráfico mostrando que, se comparado ao CDI, o mais usado índice da nossa renda fixa, a valorização do dólar já era superior desde Maio /2013, realizando a comparação desde nov/2010.
Combinado com o período nos anos recentes quando a economia brasileira se acelerou e vários países considerados de primeiro mundo tiveram crescimento pequeno ou mesmo retração econômica, alguns brasileiros já mudaram sua forma de alocar recursos.
Por várias razões, um caminho no qual isso tornou-se visível foi o mercado imobiliário. Já ocupamos o 3º lugar na lista de países que mais buscam imóveis nos Estados Unidos, atrás do Canadá e da Venezuela.
Concentração dos investimentos
Nós somos mais conservadores que a maioria dos países desenvolvidos. Em função da dificuldade de se investir em produtos internacionais, até a mudança da CVM 555, quase em sua totalidade do patrimônio dos Brasileiros é investido no Brasil.
Segue uma comparação com alguns países desenvolvidos:
A diversificação global permite que possamos maximizar o retorno da nossa carteira com a diminuição da volatilidade do retorno. Nosso “CDI” gera grande volatilidade no portfólio de nós Brasileiros porém isso pouco é percebido quando se olha somente para dentro, uma vez que esta é a nossa taxa de referência habitual.
Se comparado aos juros de outros países, essa taxa no Brasil é muito mais volátil, sendo alterada com maior frequência, em parte pela inflação relativamente alta da nossa economia.
Segue um gráfico comparando o CDI versus outras carteiras internacionais dolarizadas. Veja como estar 100% alocado ao CDI não é a melhor coisa a se fazer.
Quanto perdemos?
Se falarmos de oportunidades que deixamos de acessar, é inacreditável se usarmos os números de PIB Brasileiro e Global. Nossa economia em relação ao tamanho é bem insignificante se comparados aos maiores países do mundo. Isto é, apesar de um PIB aparentemente alto, com o território e população do país, deveria ser muito maior.
Além de sermos pequenos, nosso crescimento nos últimos 15 anos ficou bem abaixo dos se comparados a países como Chile, Índia, Cingapura e Colômbia. Ao investir localmente, sua carteira fica dependente dos resultados deste crescimento, descasando de crescimento de economias mais robustas. Veja o exemplo do crescimento de algumas economias mundiais de acordo com o FMI:
Por fim, é importante lembrar como nossa economia ainda é concentrada em serviços básicos e commodities, com poucas empresas listadas em bolsa e um pequeno punhado delas representando o Ibovespa, principal índice de renda variável no país. Considere que enquanto pouco mais de 60 empresas compõem este índice (e três delas compondo mais de 10% deste), o S&P 500 que acompanha a variação da renda variável da bolsa americana possui 500 empresas.
Quase a quantidade total de empresas negociadas em bolsa no Brasil! Vários setores que apresentam franco crescimento possuem representação extremamente limitada O Setor de Bio Tecnologia é um desses, com representação nula em nossos índices, segue uma comparação:
Diante desses fatos, vale uma reflexão e uma análise pela internacionalização dos seus investimentos, para aproveitar economias em maior crescimento, setores não representados no país e mecanismos de proteção de outra forma inviáveis. Com a nova regulamentação da CVM, você terá acesso a fundos internacionais nas plataformas das Corretoras e Bancos para livre acesso global.
Em caso de dúvidas de como fazer, procure seu assessor de investimentos.
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Sobre o autor:
Jansen Costa Silva, CFP® ([email protected]) é Planejador Financeiro, Agente Autônomo de Investimentos e colabora com o MinhasEconomias.