Raízen (RAIZ4) atinge mínima histórica e acende alerta de penny stock

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Raízen (RAIZ4) atinge mínima histórica e acende alerta de penny stock

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As ações da Raízen (RAIZ4) atingiram sua mínima histórica na última segunda-feira (13), cotadas a R$ 0,85. No fechamento desta quarta-feira (15), os papéis acumulavam queda de 70,51% em 12 meses. Desde a estreia na B3, em 2021, quando encerraram o pregão a R$ 6,50, a companhia acumula desvalorização de 86,62%, o que representa uma redução de R$ 64,5 bilhões em valor de mercado, sendo R$ 13,3 bilhões somente em 2025.

A expressiva queda reflete uma combinação de fatores, entre eles o desempenho operacional mais fraco, o elevado endividamento e o cenário macroeconômico desafiador, marcado por juros de 15% ao ano. Segundo analistas, a queda nos preços do açúcar, as margens menores nos segmentos agrícola e energético e a redução de volume e rentabilidade no setor de combustíveis têm pressionado os resultados da companhia.

A percepção de que a Raízen vem queimando caixa também impactou seus títulos de dívida no exterior, que caíram mais de 30% na semana, atingindo patamares típicos de empresas com risco de calote, mesmo após a controladora Cosan (CSAN3) anunciar um aporte de até R$ 10 bilhões, destinado à própria estrutura de capital e não à Raízen. Em resposta a rumores sobre uma possível reestruturação financeira, a empresa publicou um fato relevante negando intenção de recorrer à recuperação judicial, destacando uma posição sólida de caixa, com R$ 15,7 bilhões em disponibilidades e R$ 5,5 bilhões em linhas de crédito rotativo, além de seguir com estratégia de otimização do endividamento e da estrutura de capital.

Nos últimos meses, a companhia adotou medidas de reorganização e desinvestimento, como a venda das usinas Rio Brilhante e Passa Tempo à Cocal Agroindústria por R$ 1,54 bilhão, o encerramento da joint venture com a Femsa e a cisão parcial de ativos para a subsidiária Raízen Energia, visando simplificação da estrutura e maior eficiência operacional. Mudanças na diretoria também foram implementadas, reforçando a governança e o foco no core business de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis.

Apesar das medidas adotadas, o mercado continua cauteloso, e o fato de as ações da Raízen (RAIZ4) estarem cotadas abaixo de R$ 1,00 desde 6 de outubro, quando fecharam a R$ 0,97, acende um alerta para investidores. Se a cotação média permanecer abaixo desse patamar por 30 pregões consecutivos, a ação pode ser classificada como penny stock e até ser excluída de índices como o Ibovespa. Papéis nessa categoria apresentam alta volatilidade, baixa liquidez e maior risco, sendo indicados apenas para investidores experientes, preparados para oscilações abruptas e perdas significativas.

Enquanto isso, a Raízen e seus controladores, Cosan e Shell, mantêm negociações para alternativas de capitalização que fortaleçam a empresa no longo prazo, incluindo a possível entrada de investidores estratégicos. A companhia segue executando sua agenda de desinvestimentos, alongamento da dívida e otimização financeira, buscando atravessar o período de volatilidade sem recorrer a medidas extremas, como a recuperação judicial.

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