Mercado financeiro vive dia de volatilidade em meio à tensão política e expectativa por decisões de juros

Por:

Mercado financeiro vive dia de volatilidade em meio à tensão política e expectativa por decisões de juros

Stock,Crash,Market,Exchange,Loss,Trading,Graph,Analysis,Investment,Indicator

Foto: Shutterstock/Bigc Studio

Por:

Por:

O Ibovespa oscilou ao longo desta terça-feira (9) e terminou em leve queda de 0,13%, aos 157.981 pontos, em um pregão marcado pela mistura entre tensão política, ajustes nas apostas para a política monetária e a expectativa pela Super Quarta, quando Banco Central e Federal Reserve anunciam suas decisões de juros.

A virada de humor no mercado ocorreu depois da confirmação de que a Câmara votaria ainda hoje o projeto que pode reduzir penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o tema reacendeu especulações sobre um possível benefício ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A possibilidade de mudança na pena foi imediatamente interpretada como um aceno que poderia levar a uma recomposição política na direita e, eventualmente, alterar o rumo da disputa de 2026.

Na véspera do último encontro do Copom em 2025, esse ambiente político mais carregado reacendeu dúvidas sobre a trajetória dos juros. A leitura geral é que o mercado enxergava menos riscos com Tarcísio de Freitas na disputa, uma vez que pesquisas mostram o governador paulista como um nome mais competitivo contra o presidente Lula. Uma eventual vitória de Tarcísio é associada a uma agenda fiscal mais previsível, enquanto a presença de Flávio deixaria Lula ainda mais favorito e poderia resultar em maior incerteza econômica. Essa percepção elevou o dólar nos últimos dias e alimentou apostas de juros mais altos por mais tempo, reduzindo o apetite por Bolsa e devolvendo atratividade à renda fixa.

Do lado internacional, o foco esteve no relatório JOLTS, que mostrou estabilidade no mercado de trabalho americano em outubro, com 7,67 milhões de vagas abertas e leve queda nas contratações. Embora não altere estruturalmente o cenário, o dado reforça a ideia de que a economia dos EUA ainda opera aquecida, o que pode limitar cortes de juros no próximo ano. Mesmo assim, o consenso é de que o Fed anunciará mais um corte de 0,25 ponto nesta quarta-feira, encerrando 2025 com a taxa entre 3,50% e 3,75% ao ano.

O ambiente político americano também entrou no radar após declarações de Kevin Hassett, cotado para assumir o comando do Federal Reserve em um eventual novo governo Trump. Ele afirmou que há espaço para reduzir juros, mas ressaltou que qualquer aceleração da inflação mudaria completamente o cálculo, um sinal de que a política monetária seguirá sensível ao cenário eleitoral.

Entre os destaques corporativos, a Embraer (EMBJ3) ganhou atenção após o BNDES aprovar financiamento de R$ 200 milhões para a Eve Air Mobility, projeto que marca a entrada do Brasil na disputa global pelos eVTOLs. O aporte vai acelerar a integração dos motores elétricos da aeronave e reforçar o processo de certificação previsto para os próximos anos. O clima foi de celebração na B3, onde a Eve comemorou sua listagem; e o otimismo se refletiu nas ações da Embraer (EMBJ3), que subiram 3,00%.

Já o Magazine Luiza (MGLU3) viveu um dia de forte repercussão ao inaugurar a Galeria Magalu, megaloja instalada no antigo espaço da Livraria Cultura, na Avenida Paulista, em São Paulo. O projeto reúne cinco marcas do grupo e aposta na fusão entre varejo físico, digital e conteúdo ao vivo, com estúdios e espaços publicitários integrados. A companhia acredita que a unidade pode se tornar uma das mais lucrativas da rede, especialmente pela venda de mídia dentro da loja, mas o mercado reagiu com cautela, e as ações recuaram 4,93%.

No setor de petróleo, a Petrobras (PETR4) reafirmou seu compromisso com a atual política de dividendos e indicou que não descarta ajustes nos investimentos caso o Brent entre em trajetória mais pessimista. A companhia destacou avanços na redução de custos operacionais e voltou a mencionar projetos ligados ao biometano. As ações subiram 0,63%.

Entre os bancos, o Itaú (ITUB4) anunciou o pagamento mensal de JCP para 2026, no valor de R$ 0,01765 por ação, com liquidação prevista de fevereiro de 2026 a janeiro de 2027. Os papéis terminaram o dia com queda de 0,22%.

No setor de construção, a Cyrela (CYRE3) comunicou dividendos robustos, de R$ 2,73 por ação. Apesar do valor elevado, o papel caiu 2,56%, refletindo realização de lucros e ajuste técnico após o anúncio.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +3,91%

• Usiminas (USIM5): +3,68%

• CSN (CSNA3): +3,31%

• Embraer (EMBJ3): +3,00%

• CVC (CVCB3): +2,63%


Baixas

• Magalu (MGLU3): -4,93%

• Vamos (VAMO3): -3,33%

• Cyrela (CYRE3): -2,56%

• Cosan (CSAN3): -2,32%

• Localiza (RENT3): -2,22%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (09/12):

• Segunda-Feira (08): +0,52%

• Terça-Feira (09): -0,13%

• Na semana: +0,39%

• Em dezembro: -0,69%

• No 4°tri./25: +8,03%

• Em 12 meses: +24,19%

• Em 2025: +31,34%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,38%

• Nasdaq: +0,13%

• S&P 500: -0,09%


Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Política de Privacidade
Respeitamos a sua privacidade e queremos que você tenha controle sobre os dados que compartilhamos. Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação, personalizar conteúdos e analisar o desempenho do nosso site.
Você pode escolher quais tipos de cookies deseja permitir, exceto os necessários, pois sem eles o nosso site não funcionará. A qualquer momento, é possível alterar suas preferências nesta página.