A semana de 7 a 12 de setembro foi marcada pela divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. No cenário doméstico, o IPCA de agosto registrou deflação de 0,11%, após alta de 0,26% em julho, resultado ligeiramente acima da expectativa do mercado, que projetava queda de 0,15%. Já nos EUA, o PPI recuou 0,1% em agosto, contrariando as projeções de alta de 0,3%, enquanto o CPI avançou 0,4% no mês, superando a expectativa de 0,3%. Esses indicadores aumentaram a volatilidade do mercado e influenciaram diretamente o desempenho das ações.
Maiores altas

A Marfrig (MRFG3) liderou os ganhos da semana com alta de 9,17%, após o Cade aprovar, sem restrições, a incorporação da BRF. Com isso, as ações da BRF deixarão de ser negociadas na B3, e os acionistas passarão a deter papéis da Marfrig, que estreiam na bolsa sob o ticker MBRF3 em 23 de setembro. Para cada ação da BRF, os investidores receberão 0,8521 ação da Marfrig.
A Minerva (BEEF3) subiu 8,67% após informar que três de suas unidades, que são Alegrete (RS), Bagé (RS) e Pontes e Lacerda (MT), foram habilitadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para exportar à Indonésia. Com isso, a companhia passa a contar com nove plantas autorizadas a vender para o país asiático, ampliando sua capacidade de abate diário para mais de 11 mil cabeças.
A Magazine Luiza (MGLU3) avançou 6,26% na semana, impulsionado pela deflação do IPCA em agosto, que reforçou expectativas de cortes na Selic a partir de 2026. Empresas ligadas ao consumo tendem a se beneficiar em cenários de juros mais baixos, devido à redução no custo do crédito e ao aumento do poder de compra das famílias.
A BRF (BRFS3) também figurou entre as maiores altas, com valorização de 5,87%, refletindo diretamente a incorporação pela Marfrig. A partir de 23 de setembro, os acionistas da BRF receberão 0,8521 ação da Marfrig para cada papel detido.
Maiores quedas

A CVC (CVCB3) teve a pior performance da semana, recuando 9,46%. A ação foi pressionada pelo avanço dos juros futuros, em meio à expectativa de manutenção da taxa básica em 15% na reunião do dia 17, patamar também projetado para o encerramento de 2025.
A Yduqs (YDUQ3) recuou 7,88%, apesar da recomendação de compra reiterada pelo JP Morgan, que mantém a companhia como sua principal escolha no setor de educação.
A Vamos (VAMO3) caiu 7,58%, refletindo a abertura da curva de juros, que eleva os custos de financiamento e afeta setores mais expostos ao ciclo econômico.
A MRV Engenharia (MRVE3) registrou queda de 6,78%. Segundo o Scanner ADVFN, a ação rompeu suportes técnicos recentemente, mas apresentou a menor recuperação entre as companhias que passaram por esse movimento, sinalizando maior pressão no papel.
O desempenho da semana refletiu a influência dos dados de inflação no Brasil e nos EUA, além de fatores setoriais e corporativos. Enquanto Marfrig, Minerva Magalu e BRF lideraram as altas, impulsionadas por decisões regulatórias, expansão de mercado e perspectivas de juros mais baixos, as quedas de CVC, Yduqs, Vamos e MRV mostraram a pressão dos juros elevados e da sensibilidade de alguns setores ao cenário econômico.
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