O Ibovespa encerrou a sexta-feira (11) em queda de 0,61%, aos 142.272 pontos, devolvendo os ganhos da véspera. A pressão veio após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF, somada à cautela dos investidores diante das decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, que serão divulgadas na próxima semana. No câmbio, o dólar Ptax caiu 0,34%, a R$ 5,3677.
A condenação de Bolsonaro teve repercussões imediatas nos Estados Unidos, ampliando tensões entre republicanos e democratas. Nomes ligados ao Partido Republicano, como María Elvira Salazar e Marco Rubio, classificaram a decisão como “vingança política” e “caça às bruxas”. O presidente Donald Trump afirmou estar “descontente” com o julgamento e voltou a elogiar Bolsonaro, chamando-o de “bom homem e bom governante”.
Já os democratas adotaram postura oposta, defendendo que Washington apoie a democracia brasileira. Deputados do Comitê de Relações Exteriores acusaram Trump de ter prejudicado o Brasil ao impor tarifas sobre exportações brasileiras, em tentativa de blindar Bolsonaro.
A tensão diplomática aumentou após a Embaixada dos EUA no Brasil publicar nota em que chama o ministro Alexandre de Moraes de “violador de direitos humanos sancionado” e promete que a condenação será tratada “com a máxima seriedade”. Para a agência Morningstar DBRS, no entanto, a crise política não deve afetar o rating soberano do Brasil (BB).
No setor corporativo, a Petrobras (PETR4) fechou em queda de 0,67% diante das discussões sobre seu retorno ao mercado de etanol. Segundo o JPMorgan, a estatal planeja investir US$ 2,2 bilhões no segmento até 2029, o que pode reduzir modestamente dividendos e fluxo de caixa, mas sem comprometer sua tese de investimento.
A Vale (VALE3), praticamente estável (-0,04%), anunciou que pretende usar a COP30 em Belém como vitrine de seus projetos de mineração sustentável, reforçando foco em minério de alto teor e expansão no cobre.
No setor financeiro, o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,41% após anunciar leilões de imóveis com descontos de até 52%. Apesar disso, a XP mantém visão cautelosa, projetando inadimplência elevada no agro, provisões de até R$ 33 bilhões e ROE em torno de 11% para 2025, abaixo do custo de capital.
Entre as maiores altas do dia, destaque para a RD Saúde (RADL3), que avançou 2,85%, mesmo após o BB Investimentos reduzir seu preço-alvo de R$ 19 para R$ 18,80.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• RaiaDrogasil (RADL3): +2,85%
• Marfrig (MRFG3): +2,64%
• Minerva (BEEF3): +2,47%
• Direcional (DIRR3): +2,30%
• Eneva (ENEV3): +1,99%
Baixas
• Yduqs (YDUQ3): -4,94%
• Vamos (VAMO3): -4,18%
• Gerdau (GGBR4): -4,12%
• Hypera (HYPE3): -3,94%
• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -3,65%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
• Dow Jones: -0,59%
• Nasdaq: +0,44%
• S&P 500: -0,05%
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