Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

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Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

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Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

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A semana foi marcada pela divulgação de importantes indicadores de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. No cenário doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, avançou 0,18% em outubro, resultado inferior à expectativa do mercado, que projetava alta de 0,25%. 

Nos Estados Unidos, após o adiamento da divulgação por conta do shutdown do governo federal, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% em setembro, também abaixo das projeções do mercado, que esperava alta de 0,4%. 

Na sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, no próximo domingo (26). Segundo Lula, não há “assunto proibido” entre os dois líderes. A pauta deve incluir questões comerciais e diplomáticas, em meio às tensões geradas pelo tarifaço de 50% imposto por Washington sobre produtos brasileiros, tema que deve repercutir no mercado. 

Em meio ao cenário econômico e político, o Ibovespa apresentou variações expressivas ao longo da semana. Confira os principais destaques. 

 
Altas:  

 
As ações da Vamos (VAMO3) liderou as altas da semana com 13,22% após a divulgação da prévia operacional do 3º trimestre de 2025, que mostrou receita líquida de R$ 1,5 bilhão, alta de 25,2% em relação ao mesmo período de 2024. A receita da indústria também cresceu 19,1%, somando R$ 99,5 milhões. 

A Braskem (BRKM5) teve valorização de 12,94% na semana, impulsionada por resultados sólidos da Randoncorp e da Frasle Mobility, que registraram crescimento de 12,6% e 46,9% na receita, respectivamente. Rumores sobre a venda da fatia da Novonor, com proposta de Nelson Tanure aprovada pelo Cade em setembro, mantiveram o papel em destaque. 

A Azzas (AZZA3) teve alta de 12,93%, impulsionada por projetos de geração e distribuição de energia, incluindo iniciativas em fontes renováveis. O forte volume de negociações reforçou o interesse dos investidores. Apesar do bom desempenho, o Citi revisou suas projeções de lucro antes de impostos (EBT) para 2025, 2026 e 2027, reduzindo as estimativas em 20%, 15% e 10%, respectivamente, devido à expectativa de menor desempenho nos segmentos de Calçados e Acessórios e na Hering/Democratic Apparel. A instituição projeta menor alavancagem operacional e redução das margens Ebitda nos próximos anos. 

A Cogna (COGN3) subiu 10,83%, apoiada pela revisão para baixo das expectativas de inflação no Boletim Focus, que favoreceu companhias voltadas ao mercado doméstico. O anúncio da oferta para fechamento de capital da subsidiária Vasta, listada na Nasdaq, reforçou a percepção positiva sobre a reestruturação estratégica da companhia. 

A Yduqs (YDUQ3) encerrou a semana em alta de 10,69%, impulsionada pela aprovação de um curso de Medicina na Fametro (setembro/2025) e pela reestruturação da diretoria. Apesar da queda de 45,6% no lucro do 2º trimestre, a empresa mantém recomendações positivas de bancos, com o Santander apontando preço-alvo de R$ 21 e a XP, R$ 29,70. 

A MRV Engenharia (MRVE3) avançou 10,39%, sustentada pelo bom desempenho no 3º trimestre e pelos resultados positivos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Nos Estados Unidos, sua subsidiária Resia vendeu quatro terrenos por US$ 32 milhões, reduzindo a queima de caixa e reforçando o plano de vender US$ 650 milhões em ativos até 2026. 

Baixas: 

A Fleury (FLRY3) liderou as quedas da semana, recuando 7,25%, em meio às incertezas sobre as negociações com a Rede D’Or. A companhia afirmou que não há decisão sobre suspensão ou continuidade das tratativas, que seguem em andamento. 

A Brava Energia (BRAV3) recuou 4,99% após anunciar mudanças na estrutura organizacional e no alto escalão. A reestruturação inclui a consolidação da diretoria financeira e a saída dos executivos Rodrigo Pizarro e Pedro Medeiros. O CEO Décio Oddone assumirá interinamente as funções financeiras. 

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) caíram 4,32% após o pedido de renúncia do CEO Marcelo Pimentel. Rafael Russowsky assumiu interinamente o cargo, acumulando as funções de finanças e relações com investidores. 
 
A MBRF (MBRF3) caiu 4,08%, dando sequência às perdas desde a fusão entre BRF e Marfrig. O mercado aguarda o primeiro balanço conjunto, referente ao 3º trimestre de 2025, para avaliar os impactos da integração. 

 
A Magazine Luiza (MGLU3) recuou 3,81% após o anúncio de parceria entre Mercado Livre (MELI34) e Casas Bahia (BHIA3), que permitirá a venda de produtos da varejista no marketplace do concorrente. O acordo, às vésperas da Black Friday, foi visto como um movimento estratégico e provocou reação imediata nas ações do setor. 

A semana foi marcada por forte volatilidade no mercado acionário, com destaque para empresas dos setores de energia, educação e construção, que lideraram as altas, enquanto companhias de saúde, varejo e consumo registraram as maiores quedas. O movimento reflete um ajuste seletivo dos investidores diante da divulgação de resultados corporativos e mudanças estratégicas nas companhias listadas.


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