A semana de 13 a 17 de outubro foi marcada por maior estabilidade nos mercados, em meio à continuidade do shutdown do governo americano iniciado em 1º de outubro, que paralisou parte dos serviços públicos e adiou a divulgação de indicadores importantes, como o CPI e o PPI, antes previstos para esta semana. O novo calendário marca a publicação do CPI para 24 de outubro, enquanto o PPI segue sem data definida.
No Brasil, o destaque foi a divulgação do IBC-Br, considerado a prévia do PIB. O indicador registrou alta de 0,40% em agosto frente a julho, abaixo da expectativa de 0,60%, revertendo a queda de 0,50% do mês anterior.
Nesse cenário, o Ibovespa apresentou oscilações moderadas, com destaque para as seguintes maiores altas e baixas da semana:
Altas:

A Usiminas (USIM5) liderou os ganhos da semana com 14,35%, impulsionada por movimento técnico positivo após a formação do padrão Três Soldados Brancos nos gráficos diários — um dos sinais mais fortes de reversão altista. O otimismo foi reforçado por revisões favoráveis de projeções. O UBS BB elevou estimativas para a companhia, destacando o possível impacto das tarifas antidumping sobre o aço plano, que podem elevar o EBITDA em até 50%. A Genial Investimentos também revisou a perspectiva para o 3T25, com expectativa de redução de custos e estabilidade nas margens. Mesmo após resultados mais fracos no 2T25, a empresa vem recuperando a confiança dos investidores.
As ações da varejista C&A (CEAB3) avançaram 9,58% com a queda dos juros futuros, fator que estimula o consumo e reduz o custo da dívida. No 2º trimestre, a C&A registrou lucro líquido de R$ 200 milhões, alta de 138,9% em relação ao ano anterior. O CEO Paulo Correa destacou a expansão de lojas conceito e o bom desempenho no semestre. O plano de recompra de ações e o histórico de dividendos reforçam a confiança do mercado na companhia.
A Weg (WEGE3) subiu 9,43% após anunciar a aquisição de 54% da Tupinambá Energia (Tupi Mob) por R$ 38 milhões. A empresa atua em soluções para recarga de veículos elétricos, e o negócio deve fortalecer o posicionamento da Weg no segmento de mobilidade elétrica. Segundo comunicado, a operação ainda depende de aprovações regulatórias. A empresa afirmou que a aquisição abre caminho para a expansão internacional e consolida um ecossistema de energia limpa e conectada.
A Raízen (RAIZ4) teve forte recuperação de 6,90% após especulações sobre dificuldades financeiras. Em fato relevante, a companhia negou qualquer plano de reestruturação ou pedido de recuperação judicial, destacando posição robusta de caixa, com R$ 15,7 bilhões em disponibilidades e R$ 5,5 bilhões em crédito rotativo. O mercado também reagiu à aprovação pelo Cade da saída da Raízen da rede de conveniência Oxxo, consolidando o controle da Femsa sobre o negócio no Brasil.
A joalheria Vivara (VIVA3) registrou valorização de 6,31% após o Itaú BBA reiterar recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 36. O banco destacou o potencial de alta e a expectativa de revisões positivas nos resultados do 3T25, com expansão de margens e melhora no Ebitda. Segundo o analista Rodrigo Gastim, a manutenção da geração de caixa e o avanço do ROIC marginal serão determinantes para o desempenho futuro da companhia.
A Copel (CPLE6) cresceu 6,01% e ganhou destaque ao ser incluída na carteira ESG do BTG Pactual, que seleciona companhias com práticas sustentáveis e retorno consistente. Desde a privatização, a elétrica vem entregando resultados sólidos, beneficiando-se de preços elevados de energia e da produção 100% renovável. A empresa também investe em descarbonização da frota e em capacitação de funcionários, além de ter aprimorado seus padrões de governança corporativa.
Baixas:

O GPA (PCAR3) liderou as quedas com 6,57% após mudanças no conselho de administração. O empresário André Coelho Diniz foi eleito presidente do colegiado, e Edison Ticle de Andrade Melo e Souza Filho, executivo da Minerva Foods, assumiu como vice-presidente. A troca de comando gerou incertezas sobre os próximos passos estratégicos da companhia, impactando o desempenho das ações.
As ações da nova companhia resultante da fusão entre Marfrig e BRF, MBRF (MBRF3) estrearam com com queda de 5,49%. Apesar do potencial de ganhos de escala e sinergias, investidores mostraram cautela diante da alta alavancagem financeira da empresa. A união, aprovada em setembro, cria um grupo com faturamento acima de R$ 120 bilhões e presença em mais de 100 países. O JPMorgan divulgou participação de 5,03% das ações ordinárias. Analistas veem potencial de longo prazo, mas esperam desafios de integração no curto prazo.
A Magazine Luiza (MGLU3) apresenta queda de 4,65%. O papel da varejista recuou em meio ao ambiente de juros elevados e à preocupação fiscal no país, que reduzem o apetite por ações de empresas altamente alavancadas. De acordo com levantamento do Bank of America, plataformas de e-commerce nacionais e estrangeiras vêm perdendo participação de mercado, refletindo um cenário de crescimento mais lento e custo de capital elevado.
A empresa de software Totvs (TOTS3) teve queda de 3,70%, sem gatilhos relevantes no curto prazo. Recentemente, a Totvs anunciou distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) de aproximadamente R$ 88 milhões, o que não foi suficiente para conter a realização de lucros por parte dos investidores.
As ações da Natura (NATU3) recuaram 2,86% após o BTG Pactual abrir operação de venda no papel em relatório de swing trade. Em contrapartida, a companhia anunciou avanço em sua reestruturação corporativa, com a incorporação da Avon Industrial prevista para 1º de novembro, ainda sujeita à aprovação dos acionistas. A medida integra o plano de simplificação societária e busca aumentar eficiência e governança.
A Brava Energia (BRAV3) encerrou a semana em queda de 2,62% após a interdição parcial da produção na Bacia Potiguar por auditorias da ANP, com impacto estimado em 3.500 barris de óleo equivalente por dia, o que representa 3,8% da produção média do 3T25. A companhia afirmou que a paralisação foi temporária e necessária para adequações operacionais.
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