Ibovespa tem maior queda em 4 anos em meio à tensão eleitoral

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Ibovespa tem maior queda em 4 anos em meio à tensão eleitoral

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Foto: Shutterstock/Immersion Imagery

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O Ibovespa desabou 4,31% na sexta-feira (5), aos 157.369 pontos, a maior queda intradiária em quatro anos, após Jair Bolsonaro confirmar que seu filho, Flávio Bolsonaro, será o pré-candidato do PL à Presidência em 2026. O movimento foi lido pelo mercado como um enfraquecimento da unidade da direita, reduzindo as chances de uma candidatura de centro-direita competitiva contra Lula, preferida pelos investidores por representar maior probabilidade de ajuste fiscal. Analistas destacam que nomes como Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr. eram os favoritos do mercado, e que Flávio não amplia votos nem atrai o eleitor de centro, reacendendo temores de polarização.

A semana, que começou com o índice subindo 3,38%, terminou com queda de 1,07%, em meio a eventos políticos e econômicos relevantes. Lula e Donald Trump conversaram por 40 minutos sobre tarifas e cooperação bilateral, em tom considerado positivo. No front econômico, o PIB do 3º tri avançou apenas 0,1%, abaixo das projeções, reforçando a ideia de atividade estagnada, enquanto nos EUA o PCE veio em linha com o esperado (0,3% no mês e 2,8% em 12 meses). A confirmação da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, porém, foi o principal gatilho para a virada negativa do mercado, ao elevar a percepção de risco político e reduzir a aposta na alternância de poder em 2026.

Considerando este cenário, a semana foi marcada por acontecimentos que mexeram com o mercado e variações das empresas, confira a seguir as maiores altas e baixas:


Altas

A Totvs (TOTS3) liderou as altas da semana ao avançar 7,27%. O movimento refletiu o alívio nas expectativas de juros, que favorece empresas mais sensíveis ao ciclo econômico. Além disso, o mercado ainda repercute o anúncio feito no fim da semana anterior, quando a companhia assinou contrato para adquirir a Suri por R$ 28 milhões. A operação reforça a estratégia de especialização setorial e a expansão da RD Station, unidade voltada a soluções digitais de marketing, vendas e relacionamento.

A Weg (WEGE3) avançou 6,61% na semana, impulsionada pela aprovação de um dividendo complementar de R$ 1,43 bilhão, equivalente a R$ 0,34 por ação, com pagamento em 12 de dezembro. A companhia também anunciou um plano de três anos para distribuir R$ 5,2 bilhões em remuneração aos acionistas, decisão que elevou o apetite dos investidores.

A Suzano (SUZB3) subiu 6,14% após o BNDES aprovar financiamento de R$ 451,7 milhões destinado à modernização, revitalização de estruturas e ampliação da capacidade de armazenagem em unidades da empresa em cinco estados. Os projetos, que somam R$ 700 milhões em investimentos, contam com recursos do Finem e do Fundo Clima e têm potencial para gerar mais de 950 empregos diretos e indiretos.


Baixas

A C&A (CEAB3) registrou a maior queda da semana, acumulando -19,71%. O desempenho refletiu forte volatilidade ao longo dos pregões, influenciada por fatores técnicos e por eventos corporativos. A varejista reportou lucro líquido de R$ 69,5 milhões no terceiro trimestre, alta de 62,2% na base anual, o que inicialmente impulsionou as ações. Porém, a venda de 21% de participação pelos controladores, levantando R$ 1 bilhão, gerou pressão vendedora adicional e reverteu parte dos ganhos.

As Lojas Renner (LREN3) caíram 11,87%, em meio à reação negativa aos resultados do terceiro trimestre, considerados fracos pelo mercado. A companhia apresentou desaceleração entre julho e setembro, com menor crescimento das vendas e aumento de despesas, o que pressionou o Ebitda e frustrou expectativas.

A Azzas (AZZA3) recuou 11,36% após a notícia de que o fundo canadense CPP colocou à venda 10,1 milhões de ações por meio de operações em bloco na B3, com garantia de R$ 27,10 por papel. A movimentação faz parte de uma estratégia de reciclagem de capital do fundo, com o Bank of America coordenando as ofertas.

A semana foi marcada por forte dispersão entre os desempenhos das empresas do Ibovespa. Enquanto setores ligados à tecnologia, papel e celulose e indústria foram impulsionados por anúncios corporativos, expectativas de juros menores e aportes relevantes, o varejo e serviços financeiros sofreram com volatilidade, resultados abaixo do esperado e movimentos de venda de grandes acionistas. O contraste evidencia um mercado sensível tanto ao cenário macroeconômico quanto a fatores específicos de cada companhia.

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