Ibovespa recua com impasse nos EUA e pressões internas

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Ibovespa recua com impasse nos EUA e pressões internas

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Foto: Shutterstock/Explode

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O Ibovespa abriu outubro em queda de 0,49%, aos 145.517 pontos, refletindo principalmente o início do shutdown do governo norte-americano e dados mais fracos do mercado de trabalho dos EUA.

A paralisação federal começou nesta quarta-feira (1º) após o impasse entre democratas e republicanos sobre o orçamento. Segundo projeções dos mercados de previsão, o shutdown deve durar em média 11 dias, podendo se estender até meados de outubro. Historicamente, esse tipo de bloqueio dura cerca de duas semanas e já levou à suspensão temporária de centenas de milhares de servidores, afetando serviços e contratos públicos.

Embora em crises anteriores o S&P 500 tenha avançado em média 1% durante paralisações, analistas alertam que a situação atual pode trazer mais volatilidade, já que o índice opera próximo das máximas históricas. Além disso, o atraso na divulgação de indicadores importantes, como inflação e payroll, aumenta a incerteza sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve.

No câmbio, o dólar mostrou reação limitada: o dólar Ptax fechou praticamente estável, em R$ 5,3208. Esse movimento reflete o paradoxo recorrente: mesmo quando os EUA transmitem instabilidade política, seus ativos continuam sendo vistos como porto seguro global.

No Brasil, o cenário externo adverso encontrou respaldo em fatores internos. O PMI da indústria recuou para 46,5 pontos, o menor nível em 29 meses, reforçando a leitura de contração na atividade. Ainda assim, as siderúrgicas destoaram do índice e registraram ganhos relevantes: CSN (CSNA3) +3,92%, Usiminas (USIM5) +3,78% e Gerdau (GGBR4) +2,11%. O movimento refletiu o anúncio da Gerdau de um plano de investimentos de R$ 4,7 bilhões até 2026, interpretado pelo mercado como sinal de confiança da companhia, mesmo diante da pressão crescente da concorrência chinesa.

Outro ponto de atenção foi a Petrobras (PETR4), que encerrou o dia em queda de 0,25%. O papel refletiu tanto as discussões sobre possíveis ajustes nos preços dos combustíveis quanto a pressão adicional da Opep+, que sinalizou cortes extras na produção de petróleo para sustentar as cotações internacionais.

No setor financeiro, o movimento foi negativo. Os bancos recuaram diante da possibilidade de aumento da CSLL para instituições com lucro anual acima de R$ 1 bilhão, o que pode impactar diretamente a rentabilidade das grandes casas. Itaú (ITUB4) caiu 1,79% e Bradesco (BBDC4) recuou 1,70%, liderando as perdas do setor.

Entre as maiores altas do pregão, destaque para a Braskem (BRKM5), que avançou 4,57%. O papel reagiu à aprovação do Cade de uma operação envolvendo a Novonor e o empresário Nelson Tanure, movimento interpretado pelo mercado como sinal de avanço nas negociações sobre a reestruturação acionária da companhia, um tema que há meses gera especulações e forte volatilidade no ativo.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +5,28%

• Braskem (BRKM5): +4,57%

• CSN (CSNA3): +3,92%

• Usiminas (USIM5): +3,78%

• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +2,42%


Baixas

• Vamos (VAMO3): -4,06%

• CVC (CVCB3): -3,59%

• Ultrapar (UGPA3): -3,46%

• Cemig (CMIG4): -3,14%

• Marcopolo (POMO4): -3,03%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,09%

• Nasdaq: +0,42%

• S&P 500: +0,34%


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