Ibovespa bate nova máxima com trégua entre Lula e Trump na ONU e alta do petróleo

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Ibovespa bate nova máxima com trégua entre Lula e Trump na ONU e alta do petróleo

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Foto: Shutterstock/FeLopes

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O Ibovespa encerrou a terça-feira (23) em nova máxima histórica, avançando 0,91% e fechando aos 146.425 pontos, após ter tocado 147.178 no intraday. O movimento foi impulsionado pelo alívio nos mercados depois da aproximação inesperada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump durante a Assembleia-Geral da ONU.

Trump elogiou Lula, afirmou ter tido uma “excelente química” com o brasileiro e confirmou um encontro para a próxima semana. As declarações reduziram a tensão em torno das sanções impostas recentemente pelos EUA contra o Brasil e estimularam o otimismo no mercado. A resposta imediata foi a queda do dólar Ptax, que recuou 0,74%, cotado a R$ 5,3063, e a valorização dos ativos de risco.

Apesar dos elogios, Trump também fez críticas ao Brasil, mencionando tarifas e questionando a liberdade de expressão. Ainda assim, o tom mais conciliador foi suficiente para animar investidores, que temiam medidas mais duras em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF.

Em discurso, Lula defendeu a democracia e a soberania nacional, criticou intervenções unilaterais e lembrou a condenação do ex-presidente Bolsonaro como exemplo de resistência institucional. O presidente também abordou desigualdade social, regulação da internet e conflitos internacionais, reforçando a imagem do Brasil como voz ativa no multilateralismo.

No mercado, analistas apontam que a reação positiva reflete mais um alívio temporário do que uma mudança estrutural nas relações entre os dois países. Ainda assim, a perspectiva de um diálogo direto entre os líderes abriu espaço para maior otimismo em relação ao fluxo de capital estrangeiro e à redução de tarifas comerciais.

A ata do Copom também esteve no radar, mantendo o tom hawkish, ao reafirmar que a Selic em 15% deve ser mantida por um período prolongado. O Banco Central destacou a moderação da atividade e a desaceleração da inflação, mas deixou claro que poderá retomar o ciclo de alta se necessário.

O movimento positivo da Bolsa refletiu também no desempenho de diversas empresas listadas. A Petrobras (PETR4) avançou 1,69% acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional, com o Brent em alta de 1,98%, encerrando a US$ 67,89 após declarações de Trump sobre os conflitos na Ucrânia e em Gaza. Já a estreia da Marfrig (MBRF3), empresa resultante da fusão entre Marfrig e BRF, foi negativa: os papéis caíram 6,72% logo no primeiro pregão, configurando a maior baixa do Ibovespa.

No setor de varejo, a Lojas Renner (LREN3) recuou 2,15%, pressionada por preocupações com margens e pelo ambiente ainda desfavorável para o consumo de moda, embora analistas mantenham expectativas positivas no médio prazo. A WEG (WEGE3), mesmo após anunciar um investimento de US$ 77 milhões para expandir sua fábrica nos Estados Unidos, terminou o dia em queda de 1,11%, refletindo a pressão sobre exportadoras diante do tarifaço de Trump.

Entre os destaques de maior volatilidade, a Cosan (CSAN3) seguiu no centro das atenções. Depois de despencar 18,13% na véspera em reação ao anúncio de aumento de capital de até R$ 10 bilhões, os papéis se recuperaram com alta de 3,26%, embora analistas reforcem que a instabilidade deve continuar até que o mercado assimile os impactos da operação sobre diluição e alavancagem. A controlada Raízen (RAIZ4), por outro lado, caiu 1,68%, refletindo a pressão setorial e o sentimento de cautela dos investidores em relação ao grupo.

Já a Localiza (RENT3) teve um dos melhores desempenhos do dia, com avanço de 3,73%, favorecida pela demanda resiliente no setor de locação e pela perspectiva de estabilidade da Selic. Além disso, a companhia aprovou o pagamento de R$ 543,4 milhões em juros sobre capital próprio, equivalente a R$ 0,5153 por ação, com distribuição prevista para 18 de novembro.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +4,12%

• RaiaDrogasil (RADL3): +3,92%

• Localiza (RENT3): +3,73%

• Cosan (CSAN3): +3,26%

• Banco do Brasil (BBAS3): +2,88%


Baixas

• Marfrig (MBRF3): -6,72%

• Braskem (BRKM5): -2,38%

• Lojas Renner (LREN3): -2,15%

• Raízen (RAIZ4): -1,68%

• Natura (NATU3): -1,60%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,19%

• Nasdaq: -0,95%

• S&P 500: -0,55%


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