Ibovespa avança mesmo com tensão comercial e atritos com os EUA no radar

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Ibovespa avança mesmo com tensão comercial e atritos com os EUA no radar

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O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, 16, subindo 0,19% aos 135.511 pontos. O movimento veio em meio ao cenário internacional marcado pelas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

No cenário internacional, o governo brasileiro enviou uma carta oficial aos Estados Unidos manifestando “indignação” com a decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de agosto. A medida foi justificada pelo governo americano com base em alegações como o uso do Pix e o comércio informal na rua 25 de Março, em São Paulo. Em resposta, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou as preocupações de Trump como “inacreditáveis” e defendeu que o Brasil responda com serenidade, mas também com firmeza e altivez.

Outros países também reagiram ao aumento das tarifas americanas. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e que ambos concordaram sobre a necessidade de reforçar a colaboração comercial diante das novas medidas dos EUA. O Canadá anunciou a implementação de uma cota tarifária para proteger sua indústria siderúrgica e a imposição de tarifas extras de 25% sobre importações de aço com origem chinesa indireta. Carney também revelou um fundo de 1 bilhão de dólares canadenses para apoiar empresas do setor e priorizar as siderúrgicas nacionais em compras governamentais.

Nos Estados Unidos, as tensões institucionais também chamaram atenção. Após afirmar a republicanos que demitiria o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, Donald Trump recuou publicamente durante um evento na Casa Branca. Ainda assim, o episódio alimenta a incerteza sobre a condução da política monetária americana. No Brasil, o governo federal entrou com uma ação no STF pedindo a revalidação imediata do decreto que aumentou o IOF, após veto do Congresso, o que deve acirrar o clima entre os Poderes.

No mercado corporativo, as ações do GPA (PCAR3) foram o grande destaque do dia, com alta de 10,66%, após a empresa anunciar que a família Coelho Diniz elevou sua participação para 17,7% do capital votante da companhia. Na outra ponta, Usiminas (USIM5) liderou as perdas, caindo 4,52% após o Goldman Sachs rebaixar sua recomendação de compra para neutra e cortar o preço-alvo das ações. Segundo o banco, a empresa ainda enfrenta desafios estruturais e cíclicos, incluindo concorrência acirrada das exportações chinesas e necessidade de investimentos contínuos. A Embraer (EMBR3) também teve queda expressiva de 3,86%, após ser excluída da carteira de baixa volatilidade (MVP) do Citi, devido à sua exposição ao aumento das tarifas impostas pelos EUA. Desde o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, feito por Donald Trump em 9 de julho, as ações da Embraer acumulam uma queda de 12,26%.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Pão de Açúcar (PCAR3): +10,66%

• Weg (WEGE3): +3,66%

• RaiaDrogasil (RADL3): +3,29%

• Eneva (ENEV3): +3,19%

• Petz (PETZ3): +3,12%


Baixas

• Usiminas (USIM5): -4,52%

• Braskem (BRKM5): -4,51%

• Embraer (EMBR3): -3,86%

• Caixa Seguridade (CXSE3): -2,77%

• Natura (NATU3): -2,70%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,53%

• Nasdaq: +0,25%

• S&P 500: +0,32%


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