Copom mantém Selic em 15,00% a.a. e marca fim de ciclo de sete altas consecutivas

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Copom mantém Selic em 15,00% a.a. e marca fim de ciclo de sete altas consecutivas

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic em 15,00% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. Essa ainda é a maior taxa desde 2006 e marca o fim de um ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro de 2024.

Analistas avaliam que a decisão do Copom reflete o entendimento de que, mesmo com a inflação ainda acima da meta de 3%, os efeitos defasados da política monetária já estão em andamento. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,35% em 12 meses, enquanto as projeções do Boletim Focus apontam uma leve desaceleração, com estimativas de inflação em 5,09% para 2025 e 4,44% para 2026 — ambas ainda acima do teto da meta.

O Copom também considera o cenário externo como um fator de cautela. Nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva oficializando a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência em sete dias. A medida foi justificada como resposta a uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia dos EUA entre elas, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado pela Casa Branca como “perseguição politicamente motivada”. Embora alguns itens tenham sido excluídos da tarifa, como suco de laranja, petróleo e peças de aeronaves, a decisão acirra a disputa comercial e diplomática entre os países e pode afetar diretamente as exportações, o câmbio e a inflação doméstica brasileira. O governo brasileiro reagiu classificando a medida como “chantagem” e reiterou que não cederá a pressões relacionadas a temas internos. Diante desse cenário, o Copom reforça a necessidade de cautela na condução da política monetária.

Internamente, o mercado de trabalho segue aquecido e a atividade econômica, embora mostre sinais de desaceleração em alguns setores, continua resiliente. Essa combinação pressiona a inflação e dificulta o início de um ciclo de cortes nos juros. A recente disputa fiscal entre o Executivo e o Congresso, além da decisão do STF que garantiu ao governo o controle sobre o IOF, também influenciaram o cenário macroeconômico avaliado pelo Copom.

Segundo analistas, mesmo com o fim do ciclo de altas, os juros devem permanecer elevados até pelo menos o início de 2026, o que favorece investimentos em renda fixa, mas prejudica o crédito e o consumo. A autoridade monetária deve continuar vigilante, aguardando sinais mais claros de convergência da inflação e maior estabilidade global antes de considerar uma flexibilização.

Enquanto isso, o BC monitora dados como o câmbio, consumo via crédito, projeções inflacionárias e o impacto das tarifas americanas. Embora haja expectativas de corte nos juros mais adiante, o movimento será provavelmente gradual e cauteloso, condicionado a uma melhora mais robusta do cenário inflacionário.

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