Os bancos começam nesta segunda-feira (10) a fazer empréstimos consignado aos contemplados com o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ao todo, 12 instituições financeiras estão autorizadas a oferecer esse tipo de crédito em que o desconto das parcelas será feito de forma automática na parcela do benefício.
De acordo com a lei que liberou as operações, os beneficiários do Auxílio Brasil poderão fazer empréstimos de até 40% do repasse permanente, que é de R$ 400 do programa. Dessa forma, eles poderão descontar até R$ 160 mensais, num prazo máximo de 24 meses.
Os juros máximos são de 3,5% ao mês, segundo definição do Ministério da Cidadania. Porém, cada instituição financeira pode adotar taxas menores, dependendo da negociação com o tomador do empréstimo. Vale lembrar que essa taxa é superior à taxa média de 1,85% ao mês praticada pelos demais tipos de consignado (beneficiários do INSS, servidores públicos e funcionários da iniciativa privada).
O dinheiro do empréstimo, caso liberado, será depositado na mesma conta que o tomador do empréstimo já recebe o benefício. As instituições financeiras têm até dois dias para fazer a liberação do dinheiro.
As instituições financeiras habilitadas junto ao Ministério da Cidadania são: Caixa, Agibank; Crefisa; Daycoval; Banco Pan; Safra; Capital Consig; Facta Financeira; Pintos S/A Créditos; QI Sociedade de Crédito Direto; Valor Sociedade de Crédito Direto; e Zema Crédito, Financiamento e Investimento.
Tem direito a pedir o consignado aqueles que são os responsáveis por receber o Auxílio Brasil ou os titulares do BPC.
Além disso, ao fazer o pedido pelo crédito, o beneficiário terá que responder algumas perguntas sobre educação financeira para que o Ministério da Cidadania possa mensurar os conhecimentos de educação financeira por parte desse público.
Riscos ao beneficiário
Ao consultar as informações do Auxílio, alguns beneficiários já se deparam com um aviso sobre o consignado. “O consignado não é um benefício. Se você fizer o empréstimo o valor do seu benefício do Auxílio Brasil será menor. Todos os meses será descontada a prestação do empréstimo no benefício. Pense bem antes de assumir uma dívida e comprometer a renda da sua família.”
Se por algum motivo o auxílio for suspenso, o tomador do crédito continuará com a dívida até que todas as parcelas sejam quitadas.
Segundo César Bergo, professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), o tomador desse crédito deve tomar alguns cuidados para evitar cair em fraudes ou mesmo entrar em uma dívida sem condições de pagá-la.
“De repente a pessoa assume uma dívida, e o que ela recebe para poder se manter, que já é pouco, fica ainda menor. Porque o objetivo maior dessa ajuda é [beneficiar as] pessoas que, muitas vezes, estão totalmente fora do mercado de trabalho e não têm outra renda”, disse.
Com informações da Agência Brasil