Sobrou um dinheirinho no mês e não sabe o que fazer com ele? Ao invés de torrar o dinheiro por aí, que tal dar um presente a você mesmo? Um futuro tranquilo e mais confortável pode estar ao alcance, sem que se precise fazer muito esforço. Veja como investir bem mesmo que não sobre muito dinheiro no final do mês.
Muita gente, ao ver que sobrou um pouco de dinheiro na carteira ou na conta bancária, acaba gastando-o em pequenas futilidades: um presentinho para a família, um bombom, um cafezinho a mais… Muitas vezes, o que se passa na cabeça é: “São só dez reais. O que eu vou fazer com isto?” A pessoa pensa até em poupar o dinheiro, mas acaba se desanimando com o baixo rendimento que uma caderneta de poupança, por exemplo, irá lhe proporcionar.
– Faça um controle financeiro e junte mais dinheiro para investir
Não estamos falando para que as pessoas abram mão dos pequenos prazeres da vida. A felicidade do filho ao receber um pequeno mimo ou uma cervejinha bem gelada ao final de uma sexta-feira quente é que nos fazem ver que o esforço do nosso trabalho vale a pena. O que queremos é mostrar que, quando ficarmos em dúvida sobre o que fazer com aquela pequena sobra de dinheiro, guardá-lo para investir é uma excelente opção.
Nunca dependa de uma única renda. Faça investimentos para criar uma segunda fonte. Warren Buffet
No nosso exemplo, mostramos o que acontece quando se consegue poupar R$ 100 por mês ao longo do tempo. Em 40 anos, você terá poupado R$ 48.000 e, mesmo aplicando em um produto altamente conservador e de baixa rentabilidade como a poupança, você terá um saldo acumulado superior a R$ 263.000.
O segredo de como investir para ganhar mais dinheiro
Um dos segredos de como investir bem é que quanto mais dinheiro se tem, melhores opções de investimento estarão disponíveis. Por isto, vale a pena reavaliar seus investimentos de tempos em tempos e pesquisar por novos produtos. Por exemplo, com R$ 100 você provavelmente não terá muitas opções de investimento. CDBs (Certificado de Depósito Bancário) oferecem taxas muito baixas e os fundos cobram taxas de administração elevadas para aplicações de apenas R$ 100. As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito Agrícola) não estarão disponíveis para um valor tão baixo. Com isto, a poupança passa a ser um investimento inicial interessante, principalmente pela simplicidade e facilidade.
Quando você tiver, por exemplo, R$ 10 mil acumulados (às vezes, produtos interessantes podem ser obtidos a partir de R$ 1 mil), vale a pena procurar por melhores condições de investimento. Em nosso primeiro exemplo, ao acumular R$ 10 mil, passamos a investir em uma LCI (letra de Crédito Imobiliário) que paga 86% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e, como a poupança, é isento de IR (imposto de renda) para pessoas físicas.
– O que é e como investir em LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
A parte mais escura do gráfico abaixo mostra a diferença que se tem em relação ao investimento na poupança. Ao continuar aplicando na poupança, sem se preocupar em pesquisar por novos investimentos ao acumular mais dinheiro, o saldo acumulado chegará a cerca de R$ 263.000 em 40 anos. Agora, ao pesquisar em como investir melhor à medida que o saldo cresce, no nosso exemplo, o montante total após 40 anos passa a ser um pouco mais de R$ 436.000.
Os juros compostos são a força mais poderosa do universo.
Albert Einstein
Na tabela abaixo, mostramos os saldos acumulados em diferentes anos. Investindo R$ 100 por mês, em 5 anos, o saldo ainda não passou de R$ 10 mil e, por isto, o dinheiro continua na poupança. Ao atingir o saldo de R$ 10 mil em cerca de 6,5 anos, e tendo acesso agora ao investimento na LCI, no 10º ano, o saldo em LCI já será 5,63% maior do que se tivesse deixado na poupança. Em 40 anos, a diferença entre os saldos supera 65%.
Como investir em Fundos DI – A importância da Taxa de Administração
Um outro exemplo de como muitos investidores acabam deixando de ganhar dinheiro está relacionado aos fundos de investimento. Fizemos um levantamento dos fundos DI disponíveis para clientes de um grande banco nacional. Basicamente, a composição destes fundos DI não difere muito e, consequentemente, os riscos também não diferem muito. No entanto, a diferença na rentabilidade ao longo dos anos é gritante, principalmente por conta das diferentes taxas de administração cobradas. Via de regra, quanto menor o valor exigido para aplicação inicial, maior será a taxa de administração, como podemos ver na tabela seguinte. Obviamente, quem tem menos dinheiro acaba ganhando menos dinheiro.
Da mesma forma que no caso da poupança e da LCI, que comentamos acima, o investidor deve sempre procurar migrar para um investimento com melhor rentabilidade, à medida que acumular mais recursos.
– Compare as rentabilidades e taxas de administração dos fundos de investimentos
No gráfico abaixo, mostramos a evolução dos saldos para os casos em que esta estratégia é ou não seguida, de forma parcial ou integral. O investidor da linha cinza (Tx. adm. 0,5%) foi o que executou a estratégia de forma correta (considerando que o investimento em fundos deste banco fosse sua única opção). Quando ele juntou R$ 1.000, migrou o dinheiro do fundo A para o fundo B. Depois, ao acumular R$ 20.000, migrou para o fundo C, e assim sucessivamente, até chegar aos R$ 150.000 e migrar para o fundo E. A linha verde mostra a evolução do saldo acumulado para o investidor que se contentou em migrar para o fundo D quando chegou ao montante de R$ 50.000 e deixou o dinheiro neste fundo, sem migrar para o fundo E quando acumulou R$ 150.000. Esta mesma lógica vale para as demais linhas.
Em termos monetários, o investidor que migrou os recursos para um fundo com taxa de administração menor, sempre que foi possível, chega a ter um saldo acumulado em 40 anos de quase R$ 599 mil. Já o investidor que entrou no fundo A e lá permaneceu durante estes mesmos 40 anos, terá um saldo de apenas R$ 260 mil. O investidor que conseguiu migrar para o fundo D e lá permaneceu, acumulou R$ 562 mil. A tabela abaixo mostra os saldos de acordo com a estratégia (ou falta de) seguida e com o tempo de investimento.
Vale destacar que, na simulação acima, não consideramos o efeito do pagamento de imposto de renda no resgate dos recursos e nem do come-cotas semestral. No entanto, a ideia de se migrar os recursos para uma alternativa melhor continua válida, mesmo com a simplificação que adotamos, com o intuito de facilitar o entendimento do exemplo.
– Saiba mais sobre o imposto “Come-cotas” dos Fundos de Investimentos
Há alguns pontos importantes que não estamos discutindo aqui. Um deles é a questão da inflação. Como não a estamos considerando na análise, o poder de compra de R$ 436 mil em 40 anos é muito abaixo do que o deste valor hoje. No entanto, nossa intenção aqui é mostrar que investir o dinheiro é melhor opção do que gastá-lo em algo que não irá lhe agregar valor. Mais do que isto, saber como investir bem e estar atento às oportunidades de investimento que surgem, podem representar um futuro com mais conforto e mais qualidade de vida.
Observações:
– Investimento na poupança considerando uma taxa Selic estável de 11% ao ano;
– Investimento em LCI considerando taxa CDI estável de 10,81% ao ano;
– Consideramos apenas valores nominais, não deflacionados;
– Consideramos meses padronizados de 21 dias úteis;
– Fundos DI com rentabilidade bruta, antes da cobrança de taxa de administração, de 105% do CDI;
– Consideramos, para simplificar o exemplo e os cálculos, que o investimento em LCI aceita aportes adicionais de R$100. No entanto, na realidade, o investidor precisaria juntar mais recursos para poder realizar novas aplicações em LCI. No caso de fundos, muitos deles aceitam aportes adicionais de qualquer valor.
Veja mais informações em:
– Tesouro Direto: em qual título devo investir?
– 7 maneiras de ganhar (mais) dinheiro em investimentos conservadores
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