Pesquisa recente do FECOMERCIO-SP indicou que o número de famílias com dívidas em São Paulo chegou a 1,9 milhão em Janeiro de 2014, um aumento de 12,1% comparativamente a Janeiro de 2013.
Bem, sabemos que janeiro é um mês onde as despesas são mais altas devido a pagamento de impostos (IPTU, IPVA), gastos com férias e a ‘ressaca’ financeira do final de ano. Mas como a comparação foi feita com o mesmo período do ano passado, podemos dizer que as condições são similares.
Uma das explicações para isso é a recente alta na inflação, que acaba corroendo o poder de compra do brasileiro: é preciso mais dinheiro para comprar a mesma coisa. Apesar disso, este aumento da inflação não é a única causa do aumento do endividamento (e provavelmente nem é a principal).
Talvez o grande problema seja a tentativa de todo ser humano de sempre manter ou melhorar o seu padrão de vida. Alguns exemplos:
– depois que adquirimos um automóvel, dificilmente voltamos a andar de metrô ou ônibus;
– depois de ter um automóvel com ar-condicionado e direção elétrica, “nunca mais” compraremos um carro sem estes confortos.
Isto não é um problema em si, afinal é este sentimento de “sempre buscar coisas melhores” que nos impulsiona e motiva a buscar novos desafios e horizontes.
Porém há o lado negativo de tentar manter este Padrão de Vida a qualquer custo!
Precisamos ter o discernimento para entender que, em determinadas situações de nossas vidas, é preciso “dar um passo para trás, prepara-se melhor e então voltar a andar para frente”.
Por exemplo, podemos eventualmente estar passando por um momento de dificuldades financeiras por uma série de razões: desemprego, descontrole orçamentário ou algum problema de saúde. Neste momento, apesar da continuarmos com toda a vontade de manter o nosso Padrão de Vida (lazer, viagens, restaurantes ou mesmo alguns gastos a mais no supermercado), é preciso se conter.
Diminuir momentaneamente o seu Padrão de Vida não é nenhuma indicação de fracasso e nem de deve ser motivo de vergonha. É, na verdade, um forte indicativo de que você está no controle de sua Vida Financeira.