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Copa de 2022: Pacote de figurinhas dobra de preço – inflação brasileira justifica a disparada?

Imagem do álbum da Copa do Mundo de 2022

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Copa de 2022: Pacote de figurinhas dobra de preço – inflação brasileira justifica a disparada?

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A Copa do Mundo de 2022 começa apenas em novembro, mas o evento já tem deixado muito torcedor indignado. A razão, porém, passa longe do desempenho da seleção brasileira. Ela está relacionada a um item de colecionador, mais especificamente, ao preço dos pacotes de figurinhas do álbum do mundial.

Neste ano, um envelope com cinco figurinhas vai custar R$ 4,0, o dobro do cobrado na Copa da Rússia (R$ 2,0), e quase sete vezes mais caro do que na Copa de 2006 (R$ 0,60).

Os valores foram anunciados pela fabricante Panini nesta segunda-feira (18). Os envelopes devem chegar às bancas apenas no dia 15 de agosto, mas a pré-venda já está disponível no site da editora.

Também foram divulgados os valores dos álbuns: a edição com capa simples terá custo de R$ 12, enquanto a opção de capa dura sairá pela bagatela de R$ 44,90.

O álbum vai contar com 80 páginas e 670 espaços para figurinhas de jogadores, arenas, logos das seleções, mascotes e bola oficial. Também haverá 50 cromos especiais e mais 80 extras.

Os valores geraram revolta entre os torcedores e foram alvos de piadas nas redes sociais. Mas afinal, o que justifica o aumento tão significativo das tradicionais figurinhas?

Inflação até na Copa

A resposta mais esperada para o aumento dos preços das figurinhas aponta para a inflação, que tem atormentado os brasileiros e já chega a 5,49%, no ano, e a 11,89%, em 12 meses. Mas a pressão não explica a razão de o pacote estar custando o dobro em quatro anos.

O álbum de 2018 foi lançado no fim de março. Desde então até junho deste ano (último mês com dados do IBGE), o IPCA, índice oficial de inflação, acumulou variação de 30,5%, o que levaria o álbum a custar R$ 2,61, acima dos R$ 2 cobrados há quatro anos, mas bem abaixo dos R$ 4,0 atuais.

E nem mesmo o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), tradicionalmente usado como base para o reajuste do preço dos aluguéis e que está mais pressionado que o IPCA, justificaria o aumento de 100% das figurinhas.

No período de quatro ano, o IGP-M teve inflação de 79,5%, o que levaria o preço do pacote para R$ 3,59.

Por fim, o custo da matéria-prima para a produção das figurinhas e do álbum também não conseguiria justificar a cobrança de R$ 4 por um pacote de cinco figurinhas.

Dados do IBGE mostram que custo de produção das indústrias de papel e celulose sofreu um reajuste de 59,1% entre 2018 e 2022, ou seja, bastante abaixo dos 100% necessários para justificar que o valor dobrasse de tamanho.

O lado da Panini

Questionada pela Agência TradeMap sobre os aumentos, a Panini informou em nota que o valor respeita políticas de equiparação de preços em todos os países da América Latina, conforme regras definidas pela Fifa. “A finalidade disso é evitar problemas de cross-border e proteger mercados de diferentes localidades.”

A editora também afirmou que há dois anos mantém o preço de produtos colecionáveis entre R$ 3,50 e R$ 4, “valor este alinhado e praticado em toda a América Latina”.

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