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Você emprestaria dinheiro para um parente?

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Responda rápido: Qual a maneira mais barata de se obter um empréstimo de dinheiro? Se a resposta for “Pedindo emprestado a um parente”, você provavelmente tem a mesma opinião da maioria das pessoas.

Entretanto, esta pode não ser a resposta mais correta. É preciso analisar este assunto sob diferentes pontos de vista, ou mais precisamente sob dois pontos de vista: o de quem empresta e o de quem toma emprestado.

Para começar, vamos supor que você é quem está pedindo o dinheiro emprestado. Neste caso, as vantagens tendem a ser maiores que as desvantagens. A não ser que seu parente seja um legítimo representante do grupo dos “capitalistas sem coração nem escrúpulos”, a taxa de juros cobrada será menor (ou mesmo inexistente…) quando comparada com as do mercado financeiro. Além disso, você estará livre dos impostos como o IOF e das eventuais taxas de cadastramento e abertura de crédito, entre outras.

Desvantagens? Bem, provavelmente será necessário dar uma “promovida” no seu parente, ou seja, se ele é seu primo, você terá que começar a chamá-lo de “irmão”. Se for uma tia, diga “você é como uma mãe para mim”. Se for o seu próprio pai quem está emprestando, “paizão” pode ser uma saída, apesar de pouco criativa…

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De qualquer maneira você terá que prometer ao seu parente a eterna gratidão … mesmo que esta eternidade dure o mesmo tempo da dívida. Há ainda a questão do relacionamento familiar. Caso você deixe de pagar a dívida no prazo combinado, a convivência familiar pode ser bastante prejudicada. Enquanto que se você der calote no banco, geralmente não é um grande problema se o seu gerente deixar de ser seu “amigo”

Por outro lado, se você é quem está emprestando o dinheiro, a situação é mais delicada. Em primeiro lugar, certifique-se que você realmente está em condições de emprestar. Lembre-se que não basta ter um dinheiro sobrando, é preciso sempre ter uma reserva para imprevistos.

Em segundo lugar é preciso ter a consciência que sempre há o risco da inadimplência. Mesmo que você tenha a certeza que o seu parente é honesto e que ele não vai te dar o “calote”, pode ocorrer que ele simplesmente não consiga pagar devido a uma condição financeira pessoal ruim, e não por má fé.

Neste sentido, uma boa dica é fazer um “check-up” financeiro do seu parente. Ajude-o a analisar se o empréstimo é realmente necessário (devido a uma decisão de compra por impulso, por exemplo) e passe noções de Educação Financeira. Você pode inclusive condicionar o empréstimo a promessa de que um plano de controle financeiro seja seguido.

Mas há pontos positivos. Você pode conseguir uma taxa de juros um pouco maior do que está recebendo em seu atual investimento. E também terá dado um passo a mais na conquista de um lugar no céu, além de até poder receber uma promoção no seu “grau de parentesco”! Mas não caia na tentação de fazer disso o seu “ganha-pão”, caso contrário será necessário analisar as implicações legais disso (ser acusado de “agiota”).

Há ainda muitos outros pontos a serem analisados, mas gostaríamos de finalizar dizendo que um importante fator neste tipo de transação é tentar fazê-lo da forma mais impessoal possível. Por exemplo, se o seu parente se recusar a emprestar o dinheiro, não o acuse de mesquinho. E por outro lado, não se sinta constrangido em dizer não a um pedido destes, principalmente se ele(a) apresenta um histórico de compras por impulso. Uma outra coisa que você pode analisar é verificar se o seu parente diminuiu o padrão de vida para se adequar à nova realidade financeira. Caso contrário, emprestar dinheiro não será de grande ajuda, apenas irá aumentar o tamanho do “buraco” no qual está se afundando.

Não é algo simples manter esta imparcialidade, pois estamos falando de um assunto que traz à tona uma forte dose emotiva. Mas não deixe que o dinheiro se torne mais importante que um bom relacionamento familiar. Afinal, esta é talvez uma das poucas coisas que levamos desta vida.

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