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Cuidado com os gastos: juro do rotativo é o maior em 4 anos e endividamento bate recorde histórico

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Suas Dívidas (8)

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Os apelos para aumentar os gastos surgem em todas as frentes. Seja aquela compra mensal que ficou mais cara por conta da inflação ou aquela promoção da Black Friday que parece imperdível. Mas cuidado! O endividamento do brasileiro atingiu o pico histórico e os juros no rotativo do cartão estão no maior patamar em quatro anos.

O Banco Central (BC) mostrou nesta sexta-feira, 26, que a taxa de juro média cobrada no rotativo do cartão de crédito (que é quando a pessoa não consegue quitar integralmente a fatura) alcançou 343,6% ao ano em outubro, um aumento de 4,1 pontos percentuais em apenas um mês e de 26,4 pontos em 12 meses.

E essa não foi a única taxa que subiu. Um dos menores custos das operações para pessoas físicas parte do financiamento de veículos, que em 12 meses já acumula uma alta de 5,9 pontos percentuais, para 24,8% ao ano em outubro.

A taxa média da totalidade das operações com a pessoa física chegou em outubro a 43,8% ao ano, alta de 2,1 pontos ante setembro e de 4,8 pontos na comparação com o mesmo mês de 2020. Essa média considera as operações com recursos livre, que são aquelas em que os bancos destinam o dinheiro para a modalidade de crédito que acharem melhor.

Essa expansão está relacionada ao aumento da taxa Selic. Em outubro de 2020, a taxa básica era de 2% ao ano e agora está em 7,75%, devendo subir novamente na reunião de política monetária dos dias 7 e 8 de dezembro.

Essa é a taxa base da economia e serve de parâmetro para as captações bancárias. Se os bancos pagam mais para captar, também vão cobrar mais para emprestar.

Spread mais alto

Mas a taxa média não é influenciada só pela Selic. Nela, também entra o spread, que para as pessoas físicas era de 33,8 pontos em outubro, 1,4 ponto acima do registrado em setembro e 0,4 ponto na comparação anual.

O spread é a diferença entre a taxa de captação e o que os bancos de fato cobram dos clientes. Nessa taxa entram os custos operacionais da instituição financeira, as provisões para eventuais calotes e, obviamente, o lucro.

Em meio ao ambiente de incerteza, com inflação acima de 10%, desemprego em patamares elevados e expectativa de desaceleração da economia, os bancos acabam cobrando mais para emprestar dinheiro – e, quem precisa, vai pagar mais.

Com um maior gasto com juros, é natural o maior comprometimento da renda do trabalhador com dívidas.

Endividamento recorde

Segundo o BC, o endividamento em agosto (dado mais recente) chegou a 59,9%, o mais alto já registrado desde o início da série, que começou em 2005. Isso significa dizer que as dívidas das famílias representam 59,9% da renda acumulada em 12 meses.

Dever não é demérito, mas quando uma parcela relevante da renda está comprometida com prestações, fatura do cartão e afins, é maior a chance de o consumidor deixar de arcar com esses compromissos e acabar se tornando inadimplente. É esse risco que é preciso ter em mente na hora de assumir uma nova dívida ou fazer uma compra parcelada.

Por enquanto, os índices de atrasos estão sob controle. A taxa de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) está em 4,3% entre as pessoas físicas, considerando apenas as operações com recursos livres. Essa taxa é 0,1 ponto percentual acima da registrada em setembro e 0,2 abaixo do que foi registrado em outubro de 2020.

Mas mesmo com a inadimplência sob controle, os spreads subiram, o que não impede que aumentem novamente caso a qualidade do crédito passe a piorar nos próximos meses. Nesse cenário, o melhor é evitar novas dívidas e, se elas forem necessárias, a saída é pesquisar as taxas cobradas, prazos e não tomar emprestado mais do que precisa – afinal, não é porque seu limite é de R$ 10 mil que você precisa usar tudo isso.

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