Organizar as finanças e evitar o endividamento são os principais objetivos das pessoas que fazem planejamento financeiro, segundo uma pesquisa realizada pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).
O levantamento mostra que esses dois itens ganharam relevância entre as pesquisas de 2021 e 2022. Organizar as finanças é o objetivo de 56,9% dos pesquisados, ante 46,2% no ano passado. Já evitar as dívidas passou de 41% para 42,9%.
Os demais objetivos para quem faz planejamento financeiro são investir (19,4%), se preparar para a aposentadoria (18,1%), comprar imóvel (9,4%), sair do endividamento (7,8%) e comprar veículo (7%).
A preocupação do brasileiro para evitar o endividamento ou sair das dívidas não é sem razão. A Serasa Experian, empresa especializada no cadastro de endividados, mostrou nesta semana que 66 milhões de pessoas estão inadimplentes, o maior número desde 2016, quando a pesquisa começou a ser feita. O dado também mostra que o total de pessoas “negativadas” subiu em 4 milhões em um ano.
Jovens com menor conhecimento
O levantamento revela ainda que os jovens são os que mais mostraram desconhecimento sobre o que é planejamento financeiro.
Do total de entrevistados na pesquisa, 72% afirmaram saber o que é um planejamento financeiro. A incidência foi maior no público masculino entre 35 e 59 anos (78%).
Já entre os que declararam não conhecer, a maior incidência se deu entre os jovens de 16 a 24 anos (39,4%).
O levantamento da Planejar mostra ainda que 58% dos pesquisados se informam com a ajuda de amigos e familiares, o que foi visto como ponto de atenção pela instituição.
“Isso não sugere suporte qualificado e pode explicar o crescimento de pirâmides financeiras (quem entra indica parentes e amigos) e também o alto nível de endividamento das famílias brasileiras, já que muitos costumam utilizar o crédito consignado de pais e avós para financiamento de bens de consumo de alto custo”, disse, em nota, Osvaldo Cervi, vice-presidente da Planejar.
O levantamento foi feito em maio e contou com 603 pessoas entre 16 e 60 anos. Os entrevistados são residentes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.