O trabalhador brasileiro não está conseguindo fazer com que o salário chegue até o fim do mês ou está sem condições de lidar com despesas imprevistas. É o que mostra pesquisa da Allya, plataforma de gestão de benefícios utilizadas em recursos humanos, que revela que 35% dos assalariados estão com suas finanças pessoais no limite e 40% não têm dinheiro sobrando ao fim do mês.
Estar no limite significa que, caso ocorra algum imprevisto, não vão conseguir lidar com essa despesa extra. E a falta de dinheiro no encerramento do mês é um indicativo que o salário está sendo suficiente apenas para sobreviver.
A pesquisa ouviu 1,2 mil trabalhadores de 164 empresas e avaliou itens como controle das finanças pessoais, capacidade de absorver uma despesa inesperada, objetivos e possibilidade de fazer escolhas que permitam curtir a vida.
O levantamento tenta medir o bem-estar financeiro do entrevistado, que é uma pontuação que varia de zero a 100. O resultado médio ficou em 52,25 pontos.
Impacto na produtividade
A pesquisa mostra ainda que 40% dos respondentes não sentem que estão com o futuro financeiro garantido.
Na avaliação de Gustavo Antonelli, co-fundador da Allya, essa condição pode afetar o desempenho dos profissionais e, por isso, as empresas devem estar atentas.
“Esta informação não pode ser interpretada como um problema particular dos indivíduos, pois afeta o bom desempenho dos profissionais, gerando custos para as empresas. Portanto, é dever dos RHs cuidar do bem-estar financeiro dos funcionários”, explicou, em nota.
A pesquisa sobre endividamento das famílias da CNC (Confederação Nacional do Comércio) corrobora com a situação retratada na pesquisa, que mostra que 79% das famílias estão endividadas, o que indica baixo bem-estar financeiro.