Com a disparada do dólar no final de 2014, produtos importados e mercadorias que são negociadas ao redor do mundo (e, por isto, têm seus preços em dólares, como café, soja, milho, trigo, carne bovina etc) começaram a ficar cada vez mais caros. Isto, somado às altas nos preços de combustíveis e de energia elétrica, acabou fazendo com que a inflação medida pelo IPCA apresentasse alta de 1,24% em jan/2015, a maior variação desde fevereiro de 2003, quando teve alta de 1,57%. No gráfico abaixo, mostramos as variações mensais do IPCA desde 2003.

Com esta alta de 1,24% neste primeiro mês de 2015, o IPCA dos últimos 12 meses acumula variação de 7,14%, muito acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo próprio governo. A meta para este ano é de 4,5% com uma tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, aceita-se uma variação anual do IPCA entre 2,5% a 6,5%. Logo abaixo, mostramos a variação acumulada em 12 meses contra a meta desde o ano de 2006.

A apuração do IPCA é feita pelo IBGE e compreende apenas famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos das regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Brasília e os municípios de Goiânia e Campo Grande também fazem parte da apuração. Ao visualizarmos os dados por região apresentados pelo IBGE, é interessante notar que há grandes disparidades na inflação entre estes 13 locais. No mês de jan/15, a região metropolitana do Rio de Janeiro foi o local que apresentou maior inflação, 1,71%, valor muito acima do apurado em Recife, 0,57%. No gráfico abaixo, apresentamos a variação do IPCA nestes locais neste último mês.

Ao observarmos a inflação dos últimos 12 meses, de fev/14 a jan/15, a região metropolitana do Rio de Janeiro novamente é o local que apresentou maior alta, 8,90%. Já o local com a menor alta foi a região metropolitana de Salvador com “apenas” 5,94%, como pode ser visto no gráfico seguinte.

Outra informação interessante é que o grupo Habitação foi o item que apresentou maior variação no mês de jan/15 com alta de 2,42%, ao passo que Vestuário foi o item com menor variação, -0,69%. Transportes, Despesas Pessoais e, Alimentação e Bebidas também contribuíram de forma significativa para a inflação recorde deste último mês, com altas de 1,83%, 1,68% e 1,48%, respectivamente.

Já na perspectiva dos últimos 12 meses, Habitação foi novamente o item com maior variação: 10,83%, seguida de Alimentação e Bebidas com 8,72%, Despesas Pessoais com 8,26%, e Educação com 8,17%. Comunicação foi o item que contribuiu para não piorar as coisas, com variação de -1,39%.

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