O Ibovespa encerrou a segunda-feira (10) em alta de 0,77%, aos 155.257 pontos, ultrapassando pela primeira vez na história o patamar dos 155 mil. Foi o 14º pregão consecutivo de valorização e o 11º recorde seguido de fechamento, impulsionado pelo avanço nas negociações para encerrar o shutdown mais longo da história dos Estados Unidos. O acordo aprovado no Senado americano reacendeu o apetite global por risco, elevando as bolsas e pressionando o Dólar Ptax, que caiu 0,72%, cotado a R$ 5,3181.

O projeto de lei, que ainda depende de aval da Câmara, prevê o financiamento do governo até janeiro de 2026 e pode reverter parte das demissões permanentes de servidores. Segundo especialistas, a perspectiva de um acordo é positiva não apenas para os EUA, mas para os mercados globais como um todo.

No Brasil, o Boletim Focus manteve estáveis as projeções de inflação, PIB, Selic e câmbio para 2025 e 2026. Após seis semanas de queda, as expectativas se estabilizaram, com o IPCA projetado em 4,55% neste ano e 4,20% para 2026. A Selic deve seguir em 15,00% a.a. até o fim de 2025, enquanto o mercado segue dividido sobre o início do ciclo de cortes. O IPCA de outubro, que será divulgado nesta terça-feira (11), deve mostrar desaceleração dos preços, influenciada pela redução de combustíveis e pela mudança de bandeira tarifária nas contas de luz.

Entre os destaques corporativos, Petrobras (PETR4) avançou 0,56% após bancos manterem recomendação de compra, reforçando confiança na geração de caixa e dividendos, apesar do ambiente de preços do petróleo mais baixos.

A Vale (VALE3) subiu 0,66%, após o CEO Gustavo Pimenta destacar planos de expansão na Índia e no Sudeste Asiático para reduzir a dependência da China. A mineradora prevê manter produção entre 340 e 360 milhões de toneladas em 2026 e dobrar sua capacidade de cobre até 2035.

A Raízen (RAIZ4) ganhou 3,57% após anunciar a venda da Usina Continental ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões, em linha com sua estratégia de simplificação de portfólio. A operação ainda depende de aprovação do CADE.

O varejo teve um dia positivo, com Magazine Luiza (MGLU3) avançando 3,44%, sustentada por um cenário técnico favorável, enquanto Raia Drogasil (RADL3) subiu 2,88%. A Lojas Renner (LREN3) liderou os ganhos do setor, com alta de 3,94%, após recuar 4,19% na última semana, quando divulgou os resultados do 3º trimestre de 2025. O JPMorgan havia rebaixado a recomendação do papel para neutra, citando desempenho errático e sinais de desaceleração nas vendas.

A MBRF (MBRF3) teve alta de 2,85%, beneficiada pela reabertura das importações de carne de frango do Brasil pela China. Analistas projetam melhora nas margens de curto prazo, embora alertem para um ciclo de oferta crescente no setor.

Já a Suzano (SUZB3) caiu 1,93%. O resultado do 3º trimestre refletiu queda nos preços da celulose e apreciação do real, com EBITDA ajustado de R$ 5,2 bilhões, recuo de 20% na base anual. Ainda assim, a companhia manteve geração de caixa sólida e recomendação de compra, segundo analistas, devido à eficiência operacional e expectativa de recuperação gradual de preços.

No setor financeiro, Bradesco (BBDC4) subiu 1,87%, seguido por BTG Pactual (BPAC11), com alta de 1,23%, ambos entre os principais destaques positivos do dia.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

Altas

• Lojas Renner (LREN3): +3,94%

• Raízen (RAIZ4): +3,57%

• Magalu (MGLU3): +3,44%

• Localiza (RENT3): +2,89%

• RaiaDrogasil (RADL3): +2,88%

Baixas

• Azzas (AZZA3): -2,05%

• Suzano (SUZB3): -1,93%

• Usiminas (USIM5): -1,82%

• Natura (NATU3): -1,60%

• Rede D’Or (RDOR3): -1,33%

Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (10/11):

• Segunda-Feira (10): +0,77%

• Na semana: +0,77%

• Em novembro./2025: +3,82%

• No 4°tri./25: +6,17%

• Em 12 meses: +21,46%

• Em 2025: +29,08%

EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,81%

• Nasdaq: +2,27%

• S&P 500: +1,54%

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