O Ibovespa encerrou a segunda-feira (6) em queda de 0,41%, aos 143.608 pontos, em meio a um dia marcado por fatores políticos e econômicos. O destaque ficou para a conversa entre Lula e Donald Trump, as declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o desempenho do setor de mineração.
A ligação de cerca de 30 minutos entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos foi descrita como “amistosa” e sinalizou uma possível reaproximação diplomática após semanas de tensão comercial. Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e o fim de sanções contra autoridades do país. Trump respondeu designando o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as negociações com Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira.
Os dois líderes também discutiram um encontro presencial durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, e Lula reiterou o convite a Trump para a COP30, em Belém (PA). A notícia repercutiu positivamente no câmbio: o dólar Ptax caiu 0,51%, a R$ 5,3226, refletindo a percepção de menor risco político entre os países.
Enquanto isso, Gabriel Galípolo afirmou que a inflação de serviços segue em nível “incompatível com a meta”, reforçando que o Banco Central manterá a Selic em 15% por um período prolongado. O mercado reagiu reduzindo as apostas em cortes de juros antes do 1º trimestre de 2026. Segundo ele, o país vive um momento de pleno emprego, o que pressiona os preços e exige ganhos de produtividade para sustentar o crescimento.
No campo corporativo, o destaque foi a Vale (VALE3), que anunciou oferta para recomprar debêntures participativas por até R$ 42 cada, operação que pode movimentar R$ 16 bilhões e reduzir custos de dívida. A ação subiu 1,71%, apoiando o setor de mineração, também impulsionado pela CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3), com altas de 6,46% e 3,41%, respectivamente.
A Petrobras (PETR4) recuou 0,90% após anunciar a primeira importação de gás natural não convencional da Argentina, em parceria com a Pluspetrol, operação que abre uma nova rota de suprimento energético para o Brasil.
Na ponta corporativa negativa, as varejistas recuaram após as falas de Galípolo sobre juros altos: Natura (NATU3) caiu 3,70%, Azza (AZZA3) 2,75% e C&A (CEAB3) 2,65%.
Entre outros destaques, o GPA (PCAR3) subiu 2,08% após mudanças no conselho de administração, e a Braskem (BRKM5) avançou 3,36% após sacar US$ 1 bilhão de sua linha de crédito, movimento visto pelo mercado como sinal de prudência em um momento de incerteza no setor petroquímico.
A balança comercial registrou superávit de US$ 2,99 bilhões em setembro, queda de 41,1% em relação ao ano anterior, acima da expectativa do mercado, que projetava US$ 2,65 bilhões. E acumulou saldo positivo de US$ 45,48 bilhões em 2025, ainda robusto, apesar da desaceleração.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• CSN (CSNA3): +6,46%
• CSN Mineração (CMIN3): +3,41%
• Usiminas (USIM5): +3,39%
• Braskem (BRKM5): +3,36%
• Pão de Açúcar (PCAR3): +2,08%
Baixas
• Raízen (RAIZ4): -3,96%
• Natura (NATU3): -3,70%
• Azzas (AZZA3): -2,75%
• C&A Modas (CEAB3): -2,65%
• Klabin (KLBN11): -2,58%
Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (06/10):
• Segunda-Feira (06): -0,41%
• Semana: -0,41%
• Outubro./2025: -1,80%
• 4T25: -1,80%
• 2025: +19,39%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
• Dow Jones: -0,14%
• Nasdaq: +0,71%
• S&P 500: +0,36%
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