Ibovespa fecha em queda com balanços e mineração pressionando

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Ibovespa fecha em queda com balanços e mineração pressionando

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Fonte: Shutterstock/BEST-BACKGROUNDS

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O Ibovespa fechou a quinta-feira (14) em queda de 0,24%, aos 136.356 pontos, em um pregão volátil, pressionado por balanços corporativos e fortes perdas no setor metalúrgico e de mineração, após o recuo dos contratos futuros de minério de ferro em Dalian, na China, que caíram até 2,94% para janeiro de 2026. Entre as maiores quedas do índice estiveram Vale (VALE3), -1,24%, Usiminas (USIM5), -7,19% na sua maior baixa do ano, e CSN (CSNA3), -6,57%.

A Raízen (RAIZ4) registrou sua maior queda intradiária da história, 12,50%, cotada a R$ 1,05, refletindo o prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão no trimestre, revertendo o lucro de R$ 1,066 bilhão na safra anterior. A receita líquida caiu 6,1% e o Ebitda ajustado recuou 23,4%, impactado pela moagem de cana desfavorável e pela distribuição de combustíveis na Argentina. A dívida líquida subiu 55,8% em 12 meses, alcançando R$ 49,2 bilhões, equivalente a 4,5 vezes o Ebitda ajustado. O CFO Rafael Bergman destacou esforços para redução de custos e desinvestimentos, e indicou que uma eventual capitalização poderia ser necessária para conter a alavancagem, embora sem definição de termos.

No lado positivo, a Ultrapar (UGPA3) avançou 4,01% após lucro líquido de R$ 1,151 bilhão no 2º trimestre, alta de 134%, e Ebitda ajustado de R$ 2,070 bilhões (+55%), impulsionados pela consolidação da Hidrovias e pelo bom desempenho da Ultragaz. A companhia criticou mudanças propostas pela ANP no mercado de gás de cozinha, que poderiam elevar custos e reduzir segurança. O presidente Rodrigo Pizzinatto reforçou que o grupo busca manter alavancagem entre 1 e 1,5 vez e que, ao atingir um patamar confortável, aumentará dividendos aos acionistas.

A Hapvida (HAPV3) registrou a maior alta do dia, 8,29%, mesmo após queda de 69,6% no lucro líquido ajustado do 2º trimestre, de R$ 148,9 milhões. O Ebitda ajustado recuou 26,6%, mas a empresa manteve tom otimista para o segundo semestre, destacando crescimento da base de beneficiários e contratos relevantes já assinados.

No cenário macro, o volume do setor de serviços no Brasil cresceu 0,3% em junho, acumulando alta de 2,0% desde fevereiro, impulsionado por transportes, principalmente aéreo, e serviços de informação e comunicação. Nos EUA, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) subiu 0,9% em julho, acima do esperado, reforçando que o corte de juros pelo Federal Reserve em setembro é menos provável, embora o mercado ainda estime uma redução de 25 pontos-base como cenário mais provável.

No âmbito internacional, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou o Brasil, destacando tarifas elevadas e a prisão de Jair Bolsonaro. O presidente Lula rebateu, classificando a medida como “insensatez”, e reforçou a busca por novos mercados, citando abertura de 400 novos mercados de exportação em dois anos e meio e exportações recentes de carnes para as Filipinas.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Hapvida (HAPV3): +8,29%

• Ultrapar (UGPA3): +4,01%

• MRV (MRVE3): +3,61%

• Banco do Brasil (BBAS3): +2,96%

• Natura (NATU3): +2,86%


Baixas

• Raízen (RAIZ4): -12,50%

• Usiminas (USIM5): -7,19%

• Cosan (CSAN3): -6,57%

• CSN (CSNA3): -6,07%

• Vamos (VAMO3): -3,75%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,02%

• Nasdaq: -0,01%

• S&P 500: +0,03%


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