Por:

É aposentado e precisa de um consignado? Veja como evitar que juros mais altos e inflação piorem sua situação financeira

Por:

É aposentado e precisa de um consignado? Veja como evitar que juros mais altos e inflação piorem sua situação financeira

Foto: Shutterstock

Por:

Por:

O beneficiário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que precisar de um empréstimo consignado irá se deparar com taxas de juros mais altas a partir deste mês. E dívida mais cara e inflação de dois dígitos podem desidratar ainda mais a situação financeira do aposentado ou pensionista.

A taxa de juros do consignado INSS é limitada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, que elevou, na semana passada, o teto dessa modalidade de crédito de 1,8% para 2,14% ao mês. Esse é o máximo que os bancos podem cobrar nesse tipo de empréstimo com desconto em folha de pagamento. No chamado consignado cartão, o teto passou de 3% para 3,06% ao mês.

Esse aumento atende a um pedido dos bancos, que reclamavam que o limite estava inalterado desde março de 2020, quando a Selic ainda era 2% ano — atualmente, a taxa básica está em 9,25% ao ano.

A falta de atratividade (para os bancos) pode ser vista nos dados sobre as liberações de novos créditos. As concessões do consignado INSS acumularam nos 12 meses encerrados em outubro uma queda de 14,1%, ou seja, os bancos concederam menos desse tipo de empréstimo. Foi a única modalidade de crédito à pessoa física a registrar diminuição na concessão, segundo dados do Banco Central (BC).

Com teto maior, a expectativa é que os bancos trabalhem de forma mais intensa a oferta do consignado e essas concessões voltem a subir, ficando mais em linha com o desempenho das demais modalidades de crédito.

Pensionistas e aposentados do INSS terão que estar preparados para lidar com o assédio dos bancos e, assim, evitar um endividamento sem necessidade – endividamento que já atingiu recorde histórico no país.

Efeito da inflação

Izis Ferreira, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), lembra que, na maior parte dos casos, os beneficiários do INSS fazem parte do público de baixa renda, que é o que mais sofre com a inflação em alta – o IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em novembro está em 10,74%. O aumento dos preços dos produtos faz com que sobre menos renda disponível no fim do mês para assumir uma dívida, que só deveria ser feita em situações emergenciais.

Para Ferreira, o consignado pode ser uma alternativa para o aposentado que está com um carnê em atraso ou não está conseguindo pagar integralmente a fatura do cartão de crédito – nesse último caso, o saldo não pago é transformado em crédito rotativo, modalidade de empréstimo em que os juros podem passar dos 300% ao ano.

“O consignado pode ser usado para quitar essa dívida mais cara, evitando que o aposentado fique inadimplente “, diz a economista.

Na avaliação de Aldo Matos, gerente do eCred, serviço que faz a oferta de operações de crédito aos usuários do Serasa, o consumidor precisa ter um objetivo na hora de tomar o crédito consignado – ou qualquer outra modalidade de empréstimo – e esse objetivo precisa ser essencial (pagar uma dívida mais cara ou arcar com uma reforma de emergência, por exemplo).

“E o crédito precisa ser limitado ao valor dessa emergência e não ao limite disponível. O consignado tem juros mais baixos, mas ainda assim são juros e devem ser evitados”, assinala.

Pesquisa de preço

E assim como se faz pesquisa de preços na hora de comprar um produto, mesma postura deve ser adotada na hora de tomar um crédito. Uma das ferramentas é o site do Banco Central, que informa os juros cobrados pelas instituições financeiras nas principais modalidades de crédito.

No consignado, 36 instituições informaram as taxas cobradas na última semana de novembro, ou seja, antes do aumento do teto do INSS. A melhor condição era equivalente a 1,35% ao mês (BRB e China Construction Bank) e a mais cara, 1,83% ao mês (Banco do Nordeste do Brasil).

Rosi Ferruzzi, planejadora financeira com certificação CFP, explica que, antes de usar o crédito consignado, o beneficiário do INSS precisa tomar algumas atitudes.

A primeira é levantar todas as despesas fixas e ver o que é possível cortar. Para a planejadora, muitas vezes, um ajuste no orçamento (corte de gastos ou acesso a uma renda extra) elimita a necessidade de se fazer uma nova dívida.

Se a revisão dos gastos foi feita e ainda assim o consignado for necessário, o aposentado precisa levar em conta o total de suas despesas fixas para saber qual a parcela máxima que poderá assumir — que muitas vezes é um valor inferior ao limite disponível.

“É com esse planejamento financeiro que a pessoa vai entender o que causou o endividamento e como evitar cometer o mesmo erro novamente”, diz.

O erro, no caso, é ter um padrão de vida em que as despesas superam a renda, o que acaba levando ao descontrole financeiro.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Baixe o App Minhas Economias

App Minhas Economias
QRcode Loja de Aplicativos Minhas Economias

Siga o Minhas Economias:

Categorias: