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Atenção redobrada: Conheça os principais golpes financeiros e saiba como se proteger deles

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Atenção redobrada: Conheça os principais golpes financeiros e saiba como se proteger deles

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Nada de aposta ou brincadeira. A prática de investir e cuidar do dinheiro é uma tarefa que demanda orientação, cuidado e dedicação. E o maior tempo na internet, o aumento de transações realizadas digitalmente, a inovação do Pix e, mais recentemente, as mudanças provocadas pelo open banking criam cada vez mais desafios para investidores, usuários de plataformas e pessoa físicas em geral.

Entre a realização de uma operação financeira e outra, a oferta de produtos e serviços por inúmeras fintechs no mercado e ainda o fornecimento de dados no ambiente online, golpistas aproveitam brechas para atrair as vítimas em crimes financeiros.

Para evitar que esses golpes aconteçam, o gerente-executivo de soluções de prevenção à fraude da Serasa Experian, Rafael Garcia, reforça a importância de desconfiar de mensagens por email e SMS, além das recebidas por aplicativos como WhatsApp, que solicitem dados pessoais, assim como ligações de eventuais centrais de atendimento com o pedido de senhas.

Ao pensar em investimentos, é necessário verificar se a instituição tem autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para oferecer produtos financeiros.

Além de analisar se os produtos fazem sentido para o seu momento de vida, seu objetivo e seu perfil de investidor, destaca a Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais), no site “Se liga na fraude”, produzido pela entidade. “Se a pessoa ou empresa ofertar um investimento e você tiver que investir com urgência, cuidado! Senso de urgência para iniciar um investimento é um indicativo forte de golpe.”

E diante de ofertas de retornos espetaculares para investimentos de valores baixos e pouco risco, vale se atentar às dicas de prevenção. “O consumidor deve estar atento para não acreditar em promessas de ganhos sem risco ou promessas irreais de rentabilidade, tampouco devendo levar em consideração boatos, dicas e informações de outras fontes não autorizadas”, afirma a CVM, em comunicação sobre o que fazer para evitar fraudes.

Em 2021, a autarquia informou indícios de 215 crimes no segmento financeiro e de investimento, com o pico registrado em 2020, com 325 registros, segundo levantamento feito desde 2017.

Pirâmides financeiras

Os crimes conhecidos como “pirâmides financeiras” se destacam entre os mais frequentes no país. Indícios dessa prática responderam por 17 do total de 33 comunicações feitas pela CVM ao MPF (Ministério Público Federal) e a MPs estaduais no segundo trimestre de 2022.

Essas pirâmides têm como característica o recrutamento de pessoas para a base de sua operação, que garantem a geração de lucros para aquelas que estão no topo do esquema, destaca a Anbima. Golpistas exigem que os participantes façam indicações de novos integrantes e prometem ganhos fixos mensais muito acima do mercado, por exemplo.

Para minimizar os riscos nesse tipo de crime, a CVM assinala que o primeiro e um dos mais importantes cuidados a ser adotado “é procurar instituições devidamente autorizadas a atuar nesse mercado”, registradas e fiscalizadas pelos órgãos reguladores do Sistema Financeiro Nacional, como a própria autarquia e o Banco Central. Você pode checar se uma empresa é registrada neste site.

De acordo com a Anbima, as fraudes mais comuns costumam estar relacionadas a três principais mercados – marketing multinível, forex e criptoativos -, além de situações de falsos consultores financeiros que oferecem investimentos com retornos elevado e restritos a poucas pessoas.

Marketing multinível

O golpe relativo ao marketing multinível se baseia na criação de uma rede de contatos para distribuição e venda de produtos, e tem no recrutamento de adeptos a principal forma de receita. Algumas características, nesse caso, se assemelham às de pirâmide financeira, como a promessa de ganhos muito acima do mercado. Veja aqui mais detalhes sobre esse tipo de fraude.

Vale ressaltar que nem todo marketing multinível se trata de golpe. É importante fazer uma pesquisa na CVM para conferir o registro da empresa, quando a proposta se referir ao segmento financeiro.

Criptoativos

Há também as fraudes envolvendo criptomoedas. Nesse segmento, os crimes mais comuns envolvem estelionato, pirâmides financeiras e esquemas conhecidos como “Ponzi” – que “vendem” um retorno elevado de modo rápido -, que se caracterizam, em geral, pela divulgação de informações falsas sobre projetos ou serviços, oferta de ganhos exagerados ou garantidos, ou ainda um sistema de remuneração alimentado pela entrada de novos participantes, informa a CVM.

A autarquia aponta também que esse mercado tem sofrido com crimes de manipulação, realizados por meio de esquemas organizados de divulgação de notícias falsas e estratégias de marketing, com o único intuito de inflar os preços para vender os ativos – os chamados esquemas de “pump and dump”.

Forex

É também considerando esse cenário de desconhecimento que muitas pessoas se tornam vítimas de outro golpe, o do Forex (sigla em inglês para Foreign Exchange Market). Nesse mercado “virtual”, investidores operam a partir da percepção de valorização ou desvalorização de uma moeda, escolhendo pares cambiais, como o dólar e o real. O investidor não compra as moedas fisicamente, mas uma relação monetária de troca entre elas.

Conforme a CVM, a captação de clientes no Brasil para operar no Forex poderia ser executada por instituições ou pessoas desde que estivessem regularmente autorizadas pela autarquia a desempenhar essa atividade. Mas não há hoje nenhuma autorização para a atividade no Brasil.

Confira a seguir 16 dicas de segurança contra fraudes para se proteger:

Atenção ao Pix

Cada vez mais parte do dia a dia do brasileiro, o Pix também tem sido usado para os mais variados tipos de fraude. Números da empresa de cibersegurança PSafe dão a noção do crescimento de golpes relacionados ao Pix, com alta de mais de 12 vezes do número de tentativas de golpe relacionadas ao sistema de pagamento no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. O total passou de 64,5 mil para 844,8 mil tentativas de fraude, segundo dados referentes a ações bloquedas por sistemas da PSafe.

Para evitar cair em um golpe, a empresa recomenda o uso de chave aleatória caso o usuário precise receber um Pix de uma pessoa desconhecida. O CPF ou os dados pessoais devem ser encaminhados apenas para pessoas que você conhece.

E o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) assinala que, caso um usuário tenha a chave cadastrada por outra pessoa, o processo pode ser revertido. Para isso, a vítima deve reivindicar a posse de chaves do Pix, procedimento realizado por meio dos canais eletrônicos das instituições financeiras nas quais o dado, como o CPF, está cadastrado.

Para saber se algo assim ocorreu, o instituto recomenda a consulta à plataforma Registrato do Banco Central. Nela, é possível acessar a lista de bancos, cooperativas de crédito e outras instituições financeiras e de pagamento em que sua chave Pix está cadastrada.

Em caso de furto de celular, a orientação é registrar logo um boletim de ocorrência na polícia. Segundo o Banco Central, para verificar a possibilidade de ressarcimento de valor referente a uma transação realizada por meio do Pix, por exemplo, a vítima deve entrar em contato com o seu banco ou a instituição para onde a transferência foi destinada.

“Cabe ao prestador de serviço de pagamento a análise do caso de fraude e o eventual ressarcimento, a exemplo do que ocorre hoje em fraudes bancárias. Se a situação não for resolvida, a orientação é procurar o Procon ou o Poder Judiciário do estado. O cidadão também pode registrar uma reclamação no Banco Central contra a instituição em que ele ou o golpista têm conta no Fale Conosco do BC.

“Robôs do Pix”

E uma novidade associada ao Pix são os “robôs” de redes sociais. O caso funciona dessa forma: golpistas marcam perfis de possíveis vítimas em postagens. Por meio delas, fazem promessas de retornar um valor até dez vezes superior ao de uma quantia enviada pela vítima, desde que a transferência desse montante inicial seja feita antecipadamente.

“O cuidado primordial é desconfiar de qualquer oferta ou promoção online que ofereça uma grande vantagem, principalmente as que solicitam preenchimento de dados pessoais para a obtenção de prêmio”, orienta a PSafe.

Como evitar golpes em aplicativos de mensagem

Atualmente, os aplicativos de mensagens são também muito visados para a realização de fraudes relacionadas à área financeira. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entre as tentativas de fraudes feitas por meio de plataformas como o WhatsApp, estão o pedido de transferência de recursos e o de informações confidenciais, a exemplo de senhas de cartões.

Um desses golpes ocorre quando o criminoso finge ser alguém do relacionamento pessoal ou profissional da vítima, diz estar com dificuldade em acessar o aplicativo do banco e pede para que a transferência ou o pagamento ocorra por meio de Pix, TED ou DOC.

Nesse caso, diz a Febraban, o criminoso utiliza um número de telefone novo, mas com a foto do usuário do WhatsApp obtida na internet. O golpista nem precisa clonar o aplicativo de mensagem da pessoa, destaca a entidade.

“Sempre desconfie quando receber um pedido de dinheiro de parentes ou de pessoas conhecidas no aplicativo de mensagem. Antes de fazer qualquer coisa, confirme o pedido através de uma ligação para o número que você tem em sua agenda de telefones, nunca para o número que está lhe contatando”, alerta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, em comunicado.

E como fazer para evitar a clonagem do aplicativo de mensagem? No caso do WhatsApp, uma medida simples para evitar que o aplicativo seja clonado é habilitar a opção “Verificação em duas etapas”. A partir dela, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app.

O futuro será diferente?

Para Garcia, da Serasa Experian, apesar da melhoria da experiência do cliente buscada pelas empresas do setor financeiro, os golpes mudam de modalidade e acompanham a evolução dos serviços digitais. “É fundamental que a segurança pública evolua na mesma proporção que novos serviços e métodos de pagamento instantâneo são implantados no país, como o Pix”, afirma.

Ele diz que a região Sudeste ainda é a mais afetada por esses crimes, principalmente por causa da quantidade de empresas que fornecem serviços totalmente de forma digital. “À medida que as empresas de diferentes estados, por exemplo os da região Nordeste, começam a impulsionar a utilização dos meios digitais, será necessária a criação de programas de conscientização para evitar que haja um crescimento desses tipos de crimes.”

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