A semana de 29 de junho a 05 de julho foi marcada pela divulgação de indicadores econômicos relevantes, que impactaram diretamente o desempenho do Ibovespa.
Na terça-feira (1º), foram divulgadas as ofertas de emprego JOLTS dos Estados Unidos, indicando que o número de vagas no país permaneceu praticamente estável em maio, totalizando 7,769 milhões, resultado acima da projeção de 7,320 milhões.
Na quinta-feira (3), saíram os dados do payroll e da taxa de desemprego dos EUA. O emprego total não agrícola cresceu em 147 mil em junho, superando a expectativa de 111 mil. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, abaixo da projeção de 4,3%. No mesmo dia, foi divulgado o saldo da balança comercial americana, que apresentou déficit de US$ 71,5 bilhões em maio, um aumento de US$ 11,3 bilhões em relação ao mês anterior. As exportações somaram US$ 279 bilhões, queda de US$ 11,6 bilhões frente a abril, enquanto as importações totalizaram US$ 350,5 bilhões, recuo de US$ 0,3 bilhão.
Nesta sexta-feira (4), no Brasil, foram divulgados os resultados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) e da balança comercial. Em maio de 2025, os preços da indústria recuaram 1,29% frente a abril, marcando o quarto recuo consecutivo. No acumulado do ano, o IPP registra queda de 1,97% e, em 12 meses, alta de 5,78%. Em maio de 2024, a variação havia sido positiva em 0,36%. Já a balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 29,147 bilhões e importações de US$ 23,257 bilhões, resultando em superávit de US$ 5,889 bilhões e corrente de comércio de US$ 52,404 bilhões. No acumulado do ano, as exportações somam US$ 165,87 bilhões e as importações, US$ 135,777 bilhões, com superávit de US$ 30,092 bilhões e corrente de comércio de US$ 301,647 bilhões.
Maiores variações:

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos da semana, com valorização de 11,86%, impulsionadas pelo anúncio de um acordo com a companhia aérea SAS para a venda de até 55 aeronaves. O pedido inclui 45 jatos E195-E2 e opções para 10 adicionais. Segundo o JPMorgan, o contrato firme equivale a US$ 3,8 bilhões, elevando o backlog da empresa para US$ 34,5 bilhões após o Salão Aéreo de Paris de 2025. Com as opções, o valor pode chegar a US$ 4,6 bilhões, ampliando o backlog para US$ 36,6 bilhões.
A CSN (CSNA3) teve a segunda maior alta da semana, com avanço de 9,47%, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinar prazo de 60 dias para que a companhia apresente plano de venda de sua participação na Usiminas (USIM5), encerrando um litígio que se arrastava desde 2014. Atualmente, a CSN detém cerca de 13% da Usiminas.
A Klabin (KLBN11) subiu 8,72% após anunciar o recebimento de R$ 700 milhões do Projeto Plateau, com previsão de mais R$ 300 milhões no segundo semestre. Além disso, a TIMO poderá investir até R$ 900 milhões adicionais nas SPEs do projeto. A iniciativa visa monetizar ativos florestais e diversificar receitas, alinhando-se às práticas ESG.
A Usiminas (USIM5) registrou alta de 7,71%, favorecida pela recuperação dos preços do minério de ferro no mercado internacional e pela expectativa de atuação do governo chinês contra a guerra de preços entre siderúrgicas. O prazo de 60 dias imposto à CSN para vender sua participação na Usiminas também impulsionou os papéis.
A CSN Mineração (CMIN3) avançou 7,38%, após anunciar o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio em 15 de julho de 2025, referentes a decisões anteriores do Conselho de Administração. Na mesma sexta-feira (4), analistas da Ágora Investimentos abriram operação de swing trade com as ações da empresa, visando ganhos de curto prazo.
Menores variações:

O Assaí (ASAI3) teve a maior queda da semana, com recuo de 6,70%, refletindo o ajuste do setor varejista em meio a um cenário ainda desafiador para o consumo, com investidores reposicionando seus portfólios.
A Smartfit (SMFT3) recuou 3,83% após ser questionada pela B3 sobre a oscilação atípica de suas ações. A empresa relacionou o movimento a declarações feitas em reunião com investidores, nas quais foi mencionada a performance inferior da operação no México em comparação com anos anteriores a 2020.
A Natura (NATU3) caiu 3,31% em meio a um período de transição. A empresa concluiu a incorporação da Natura&Co, e suas ações passaram a ser negociadas com o novo ticker NATU3. Apesar do reposicionamento estratégico na América Latina e de um programa de recompra de ações, o mercado adotou postura cautelosa.
A Marfrig (MRFG3) apresentou queda de 1,20%. A Minerva (BEEF3) entrou com recurso no Cade solicitando reavaliação da fusão entre Marfrig e BRF (BRFS3), alegando riscos de concentração no setor de alimentos processados e atuação cruzada do fundo árabe Salic. O Cade determinou que as empresas apresentem defesa formal no prazo de dez dias corridos, contados a partir da publicação no Diário Oficial da União.
Diante dos indicadores econômicos divulgados ao longo da semana, o mercado refletiu tanto o cenário internacional, com dados relevantes dos Estados Unidos, quanto o ambiente doméstico, marcado pela queda nos preços da indústria e pelo desempenho positivo da balança comercial. No mercado acionário, destaque para o setor industrial e de commodities, que lideraram os ganhos, enquanto empresas do varejo e consumo sofreram ajustes. Esses movimentos evidenciam a sensibilidade dos investidores às expectativas econômicas e às decisões regulatórias, reforçando a importância do acompanhamento contínuo dos fundamentos macroeconômicos e corporativos.
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