Viajar de carro nas férias exige uma série de cuidados prévios, que passam por fazer um roteiro e ver quais serão os gastos com pedágio no caminho. Evitar essa tarifa é praticamente impossível, mas você pode economizar com as mensalidades dos serviços de pagamento automático nas barreiras de cobrança.

Esses serviços automáticos são “tags” (adesivos) colocadas no para-brisa do veículo que acionam a cancela do pedágio ou de estacionamentos de forma automática. Para ter esse serviço, empresas cobram uma mensalidade que pode variar de R$ 9,90 a quase R$ 30. A boa notícia é que administradores de cartões de crédito, em especial os ligados a bancos, estão cada vez mais oferecendo essa facilidade de forma gratuita aos seus clientes.

A demanda por esse serviço segue forte, mesmo após o abrandamento da pandemia da Covid-19, em que oss usuários passaram a buscar opções que evitassem o contato com pessoas e o manuseio do dinheiro. As empresas que gerenciam essas tags (Sem Parar, ConectCar e Veloe são algumas delas) registraram crescimento na casa de dois dígitos em 2021. Cada uma delas tem parcerias com diferentes instituições.

A iniciativa mais recente é a do Itaú, que fechou uma parceria com a ConectCar e passou a conceder a instalação da tag a todos os clientes que possuem cartão do banco. A promessa é de isenção de mensalidade sem a cobrança da mensalidade. A única taxa é a de adesão, que custa R$ 20, além de uma recarga de R$ 30.

Também no drive-thru

A ConectCar, da qual o Itaú possui uma participação de 50%, é aceita em todas as rodovias pedagiadas do país, além de ter convênio com estacionamentos e em alguns drive-thrus do Burger King (sim, o lanche do dia também pode ser pago com a tag, com o valor debitado dos créditos do cliente). A empresa tem planos com mensalidades que variam de R$ 9,90 a R$ 17,90.

Com esses serviços, a empresa já garantiu 1,4 milhão de clientes, um avanço de 50% em 2021.

Já a empresa mais tradicional nesse segmento no Brasil, a Sem Parar, viu o número de usuários crescer 12% neste ano, para 6 milhões. A tag também é aceita em rodovias pedagiadas e estacionamentos, além de postos de combustível e redes de fast food (como McDonalds, Habib’s e Grupo Madero).

Segundo a empresa, os clientes estão diversificando o uso do adesivo, que antes era mais limitado à utilização nas rodovias. Sem revelar valores, a Sem Parar informa que houve crescimento de 60% no uso da tag para o pagamento em postos de combustível. Os valores das mensalidades variam de R$ 21,90 (que só é cobrado no mês em que o serviço for utilizado) a R$ 32,90.

Asssim como as concorrentes, a empresa tem parcerias como emissores de cartões (Santander, Original e Caixa Econômica Federal), em que há a isenção da mensalidade por seis meses.

Também registrou um crescimento forte a Veloe, que vai terminar 2021 com mais de 1,5 milhão de tags ativas, um crescimento de 72%.

“A tag é um ponto para avançarmos em nossa estratégia de nos consolidarmos como uma carteira digital de mobilidade. Quanto maior a oferta e os diferenciais em nosso portfólio, maiores serão o interesse e a confiança dos clientes”, explica Eduardo Higuchi, Head de Finanças e Inteligência de Negócios da Veloe.

Segundo o executivo, o avanço da vacinação contra a Covid-19 tem também estimulado a adesão e o uso das tags, uma vez que as pessoas estão se deslocando mais. O aumento do uso da tag foi de mais de 70% nos pedágios que levam às praias do litoral paulista no fim de semana do feriado de 15 de novembro na comparação com os finais de semana anteriores.

A Veloe também possui parceria com bancos (Bradesco Banco do Brasil, C6, BTG+ e Digio), o que permite a isenção de mensalidade de ao menos seis meses — os valores variam de R$ 9,90 a R$ 18,90, a depender do plano. A empresa também tem parcerias com grandes clubes de futebol, como Corinthians e Flamengo — nesse modelo, os clubes recebem uma pequena remuneração pelo uso do adesivo.

Espaço para crescer

Esse segmento de negócio tem espaço para crescer. O Brasil tem uma frota de 107 milhões de veículos, mas só 47% do tráfego em pedágios é realizado de forma automática, segundo dados da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR). Em São Paulo, essa média é maior, chegando a 70%.

Carlos Eduardo Costa, responsável pela área de educação financeira do Banco Mercantil, lembra que como todo gasto, a utilização das tags, que estão sempre atreladas ao cartão de crédito, precisa ser feita de forma planejada, como forma de evitar o descontrole financeiro.

“As pessoas muitas vezes não refletem sobre os gastos. Acham que é só R$ 30 ou R$ 40 que estão gastando, mas isso vai se somando a outros gastos pequenos que muitas vezes podem ser evitados”, alerta.