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Renda fixa: o que é, como funciona e as principais vantagens

Dinheiro sobre placa escrita renda fixa

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Renda fixa: o que é, como funciona e as principais vantagens

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Os investimentos em renda fixa estão entre os mais procurados por investidores iniciantes, pelos que gostam de alguma previsibilidade e, em momentos de juros elevados, por aqueles que querem retorno com baixo risco.  

A renda fixa tem esse nome porque se conhece previamente qual será o rendimento ou o indexador do investimento, podendo ser uma taxa prefixada, atrelada à inflação ou ao CDI.  
 
Em linhas gerais, são investimentos em que você empresta dinheiro para um emissor (seja um banco, uma empresa ou um governo) e, em troca, recebe uma remuneração.  

Por ter maior segurança de rentabilidade, é nessa categoria que se concentram os investimentos de quem tem o perfil conservador, ou seja, de quem quer preservar o patrimônio. Mas também é possível encontrar alternativas para os moderados e para os que querem correr mais riscos.   

E sim, isso quer dizer que nem toda renda fixa é igual. Saber como funciona cada uma irá fazer com que você escolha a opção mais adequada ao seu perfil e objetivo.  

Então chegou a hora de conhecer quais são os principais produtos de renda fixa para facilitar a escolha para cada tipo de investidor.  

O que é renda fixa? 

De modo simplificado, a renda fixa funciona como uma modalidade de investimento que garante ao investidor conhecer, no momento da aplicação, de que forma será remunerado por um empréstimo. 

E para cada empréstimo, há uma taxa de remuneração do investidor. 

É possível encontrar no mercado títulos públicos e privados de renda fixa. 
 
Os primeiros são aqueles emitidos por um governo (no Brasil, especificamente pelo Tesouro Nacional) e os segundos, por empresas e instituições financeiras. 

Títulos Públicos  

Tesouro Direto  

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas. Por ele, são negociados títulos públicos que, como os demais títulos de renda fixa, podem ter retornos pré ou pós-fixados. 

O que isso significa?  

Prefixados 

São os títulos que pagam uma taxa de juros fixa, como por exemplo 13,75% ao ano, o valor da taxa Selic (taxa de juros básica do Brasil) em fevereiro de 2023. Isso quer dizer que é possível saber exatamente a rentabilidade que você receberá se o papel for mantido até a data de vencimento. 
 
Existem dois subtítulos dessa modalidade:  

  • Tesouro Prefixado (conhecido antigamente por LTN) ; 
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (ou NTN-F) – aqui, o investidor recebe um fluxo de cupons semestrais de juros., uma espécie de adiantamento semestral do retorno. 
     

Pós-fixados 

São títulos cujos preços são corrigidos por um indexador, como a Selic ou a inflação (com o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso significa que o investidor não sabe qual rentabilidade terá até o fim do investimento, já que a taxa vai variar.  

Nessa categoria, você pode encontrar os seguintes papéis:  

  • Tesouro Selic (LFT), cujo retorno acompanha a variação da taxa Selic; 
  • Tesouro IPCA + (NTN-B Principal), que paga uma taxa de juro prefixada e uma variável, indexada à inflação; 
  • Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (NTN-B), que também paga uma taxa de juro prefixada e uma variável, indexada à inflação, mas com uma distribuição semestral de juro. 


O investidor precisa ter em mente que os títulos públicos são os papéis com menor risco de crédito do mercado e, portanto, os papéis privados devem entregar uma rentabilidade mais atrativa que eles. 

Títulos Privados  

Certificado de Depósito Bancário (CDB)  

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título privado emitido por instituições financeiras.  
 
Assim como nos títulos públicos, a rentabilidade pode ser pós-fixada ou prefixada. No caso dos pós, o mais normal é que seja atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é a taxa de juros dos empréstimos entre os bancos e que se aproxima da Selic. 

 Uma das vantagens de CDBs e outros papéis de emissão bancária é a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para valores de até R$ 250 mil dentro da mesma instituição financeira. Caso a instituição venha a passar por algum problema, a aplicação do investidor, até esse limite, está garantida.  

Letras de Crédito (LCI e LCA) 

LCI (Letra de Crédito Imobiliária) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos bancários semelhantes aos CDBs, mas com um diferencial importante: os rendimentos são isentos do Imposto de Renda para pessoas físicas. 

LCIs são lastreadas em operações de crédito imobiliário e LCAs têm como origem operações do agronegócio. Os dois também possuem a garantia do FGC para o limite de até R$ 250 mil. 

Letra de Câmbio (LC)  

A Letra de Câmbio (LC) tem o mesmo princípio das CDBs, mas é emitida por instituições financeiras. Por ser um produto bancário, também está no guarda-chuva do FGC.   

Letra Financeira (LF)  

A Letra Financeira (LF) é uma aplicação que busca oferecer rentabilidade a mais longo prazo. O prazo de emissão é de no mínimo dois anos, ou seja, é preciso estar atento na hora do investimento.  

Embora também sejam emitidos por instituições financeiras, esses papéis não possuem a cobertura do FGC.  

Certificados de Recebíveis (CRI e CRA)  

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é um título que gera um direito de crédito ao investidor. Isso significa que, caso você invista neste tipo de produto, terá direto a receber uma remuneração por parte do emissor.  Ao vencimento do título, o investidor receberá o valor aplicado.  

Do outro lado, o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) está lastreado em recebíveis originados de negócios entre produtores rurais ou suas cooperativas.   

Este título, por sua vez, abrange financiamentos ou empréstimos relacionados à produção, ao comércio ou algum elo voltado ao produto do agronegócio.  

Tanto o CRI quanto o CRA são emitidos por securitizadoras.   

É importante lembrar que eles não são produtos bancários e, portanto, não possuem cobertura do FGC, mas ambos oferecem isenção de IR para a pessoa física.  

Debêntures  

As debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas, geralmente com o propósito de financiar algum projeto interno ou a rolagem de dívidas.  

Assim como as CRAs e CRIs, esse crédito privado não possui garantia do FGC.  
 
No caso das debêntures incentivadas, que são aquelas atreladas a projetos de infraestrutura, há o benefício da isenção do IR.  

Caderneta de Poupança  

A tradicional caderneta de poupança também faz parte da renda fixa. Essa aplicação continua sendo uma das mais famosas no Brasil, mesmo com rentabilidade inferior às de outras alternativas.  
 
A rentabilidade da poupança pode variar:  

  • Se a Selic estiver igual ou superior a 8,5%, a poupança renderá 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial) ; 
  • Caso a Selic esteja abaixo de 8,5% ao ano, sua rentabilidade será de 70% da taxa básica de juros + TR  

Quais as vantagens da renda fixa?  

Segurança  

A previsibilidade de retorno é um dos fatores que garante maior segurança aos produtos de renda fixa. 

Os títulos públicos são considerados os com menor risco de crédito de um país, já que são emitidos pelos governos.  
 
No caso de papéis de emissão bancária brasileira, como CDBs, LCIs e LCAs, o investidor tem a seu favor a garantia do FGC de até R$ 250 mil.  
 
Lembrando que essa garantia é válida por CPF e não produto. Então a cobertura será de até R$ 250 mil considerando todos os investimentos que o investidor tem na instituição. 
 
Liquidez  

O investidor consegue alternativas com liquidez diária, que é o mais indicado para aqueles recursos que podem ser necessários a qualquer momento.  
 
Cabem nessa alternativa o Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária.  
 
Nos demais papéis, é preciso ficar atento às condições de cada investimento.  
 
Os títulos do Tesouro Direto possuem recompra garantida e alguns papéis privados possuem liquidez no mercado secundário, o que permite que o investidor se desfaça deles antes do vencimento.  

Mas mesmo com liquidez, o investidor pode incorrer em perdas caso os papéis sejam prefixados e ocorra uma mudança na taxa de juros, por exemplo. 

Variedade  

Por conta da vasta quantidade de produtos de renda fixa, você pode montar uma carteira diversificada, com ativos de diferentes riscos, prazos de vencimentos e tipos de retorno. 

Isenção de Imposto de Renda em alguns produtos  

O Imposto de Renda não incide sobre os rendimentos de  LCIs,LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas.  
 
A tradicional caderneta de poupança também é isenta de IR.   

Riscos da renda fixa  

A renda fixa está sujeita a alguns riscos. O principal deles é o de crédito, caso o emissor não consiga fazer o pagamento.  

Esse risco é minimizado quando o papel tem a cobertura do FGC. Para os que não têm, o investidor precisa avaliar se a rentabilidade oferecida condiz com o risco que irá correr (para isso, precisa analisar a solidez do emissor).  

Há ainda o risco de mercado, que é as condições de taxas estarem diferentes daquelas no momento da compra, a famosa marcação a mercado. Se um título vale R$ 1 mil e os juros sobem, na hora da venda antecipada, o investidor poderá ter de vendê-lo com desconto.  

O contrário também ocorre, ou seja, com a possibilidade de ágio em caso de venda de um título emitido a uma taxa prefixada mais elevada do que a paga no momento da venda.  

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