Está sem dinheiro para quitar a fatura total do seu cartão de crédito? A primeira solução que aparece é parcelar a fatura do cartão de crédito. Entretanto, existem outras opções que podem ser mais vantajosas que parcelar a fatura do cartão de crédito. Veja quais as melhores alternativas para contornar esta situação.
Obviamente, pagar à vista o total da fatura do cartão de crédito é sempre o melhor a ser feito, mas nem sempre isto é possível. Vamos usar um exemplo aqui para explicar as alternativas disponíveis.
Renato teve o seu celular roubado e resolveu comprar um novo. Pesquisando na internet, encontrou uma “promoção” em que o smartphone último modelo e tão desejado custava R$ 1.500,00 em 12 vezes sem juros (cada parcela a R$ 125,00) no cartão de crédito. Pesquisando um pouco mais, ele encontrou o mesmo aparelho sendo vendido a R$ 1.320,00 (ou seja, com um desconto de 12%), mas em apenas uma parcela também no cartão de crédito. Empolgado, não pensou duas vezes antes de efetivar a compra.
Alguns dias depois, quando veio a fatura, percebeu que não tinha condições de quitá-la à vista. Renato resolveu fazer então algumas contas para ver quanto ele poderia pagar naquele momento e também quanto ele teria disponível a cada mês para quitar a dívida. Após as contas, ele descobriu que poderia dispor de apenas R$ 300 por mês para quitar a fatura do cartão de crédito. O que Renato poderia fazer então?
Alternativas ao parcelamento do cartão de crédito
1 – Pagar somente o que for possível da fatura a cada mês – Crédito rotativo do cartão
Trata-se de uma alternativa simples e que não demanda nenhum esforço de pesquisa. O problema é que a taxa de juros do crédito rotativo do cartão de crédito é muito alta, sendo que, em muitas instituições financeiras, pode ser até mais alta do que a taxa do cheque especial.
2 – Pagar a fatura total do cartão de crédito agora usando o limite do cheque especial
Também é uma alternativa simples, desde que se tenha limite suficiente no cheque especial para pagar a fatura. O problema é que dívida no cheque especial significa pagar mais juros.
3 – Parcelar a fatura pelo próprio cartão de crédito
Muitos cartões de crédito, principalmente quando o cartão está vinculado a uma conta-corrente, oferecem esta possibilidade. Para o cliente, basta pagar parcialmente a fatura pelo valor da parcela desejada e o crédito é automaticamente concedido. Obviamente, toda esta facilidade tem, em contrapartida, uma taxa de juros também elevada, mas que costuma ser mais baixa do que as taxas do cheque especial e do crédito rotativo do cartão.
4 – Pagar a fatura total tomando dinheiro do crédito pessoal
No caso de Renato, como ele precisará de alguns meses para quitar a dívida, procurar por uma taxa melhor entre os bancos dentro da modalidade de crédito pessoal pode representar uma boa economia na taxa de juros. Muitas vezes, é possível até que o próprio banco ofereça uma taxa melhor neste tipo de empréstimo. Uma das explicações para isto é que ao conceder o crédito pessoal, a instituição costuma levar em conta o histórico de bom pagador e a capacidade de pagamento do cliente. Já no caso do rotativo do cartão ou da fatura parcelada, muitas vezes estas informações não são levadas em conta ou têm menor relevância, pois o crédito é pré-aprovado
5 – Pagar a fatura total agora usando dinheiro do crédito consignado
No caso do crédito consignado, o processo é semelhante ao do crédito pessoal. A diferença é que esta modalidade de crédito só está disponível para funcionários de empresas que mantenham convênio de crédito consignado com o banco, funcionários públicos, aposentados e pensionistas da previdência pública. A grande vantagem é que as taxas de juros do crédito consignado costumam ser uma das mais baixas do mercado.
6 – Pagar a fatura usando dinheiro proveniente de antecipação de IR (imposto de renda) ou de 13° salário
De certa forma, também são modalidades de crédito pessoal, mas que estão vinculadas ao recebimento de restituição de imposto de renda ou do 13º salário. O pagamento costuma ser feito em parcela única na data em que o IR ou 13º são depositados na conta-corrente. As taxas de juros nestas modalidades costumam ser um pouco mas baixas do que as crédito pessoal, mas mais altas do que as de crédito consignado. Como sempre, é preciso pesquisar!
7 – Pagar a fatura total agora usando dinheiro emprestado de amigos e/ou parentes
Bom, esta é uma ótima opção, pois além de não pagar juros, você também não precisará pagar IOF. Em compensação, se você não pagar o empréstimo na data combinada, certamente terá menos amigos e/ou os eventos familiares poderão ser constrangedores…
8 – Não fazer nada, ou seja, fingir que a fatura do cartão não existe
De longe, esta é a pior alternativa, pois não só não resolve a situação, como também a piora. Quando se atrasa o pagamento da fatura de cartão de crédito ou o pagamento é realizado com um valor abaixo do mínimo (que é 20% do valor total da fatura), há a incidência de multa e a taxa de juros cobrada passa a ser muito mais alta do que aquela do crédito rotativo do cartão.
Na tabela abaixo, mostramos quanto o celular acabou custando no total, somando juros e IOF, em algumas das alternativas que apresentamos. As taxas de juros que utilizamos foram obtidas através do site de um banco e são apresentadas apenas com o intuito de fornecer um exemplo. Reforçamos que cada usuário deve realizar sua própria pesquisa pois estas taxas variam muito não só entre as instituições financeiras, como também entre os próprios clientes dentro de um mesmo banco, por conta de seu perfil, histórico de crédito e condições financeiras.
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Antes de olhar a tabela, muita gente deve ter pensado que Renato havia “bobeado”, achando que se ele tivesse comprado o celular em 12 vezes sem juros, mas sem o desconto de R$ 180, ele teria feito melhor negócio. Como mostramos acima, isto depende das circunstâncias. Como ele podia dispor de R$ 300 todo mês, caso ele conseguisse obter um empréstimo com taxas mais baixas, valeria a pena comprar com desconto e quitar a fatura com o valor tomado. Outro ponto a ser considerado e que não levamos em conta na tabela é que, se Renato tivesse optado inicialmente por pagar os R$ 1.500 em 12 vezes de R$ 125 no cartão, ele teria uma “sobra” mensal de R$ 175 que poderiam ficar investidos rendendo juros.
Se Renato for uma pessoa realmente disciplinada, não gastar esta “sobra e lembrar de aplicá-la todo mês, ainda assim, com os baixos juros de investimento obtidos, provavelmente as opções 4 e 5 ainda seriam melhores.
OBSERVAÇÕES;
– Os cálculos foram realizados de forma simplista, levando em conta que os meses têm sempre 30 dias corridos, para facilitar a compreensão dos exemplos;
– As taxas de juros foram coletadas a partir de informações disponibilizadas nos sites de alguns bancos e foram utilizadas apenas com o propósito de ilustrar o exemplo;
– Em todos os empréstimos, considerou-se um valor inicial liberado de R$ 1.020,00, pois Renato já tinha R$ 300 disponíveis para o pagamento da fatura;
– Nos casos do crédito rotativo e do cheque especial, considerou-se que Renato amortizava a dívida com os R$ 300 disponíveis a cada mês, terminando de pagar a dívida em 5 meses;
– Nos casos da fatura parcelada, do crédito pessoal e do crédito consignado, considerou-se que Renato pagava parcelas mensais (total de 4), respectivamente, de R$ 299,83, R$ 281,70 e R$ 270,40. Destacamos que foram escolhidas opções que caberiam na “sobra” mensal de R$ 300;
– No caso do pagamento em 12 vezes sem juros no cartão, a taxa e os juros apresentados na tabela refletem os juros “embutidos” no desconto não concedido nesta opção.
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