Recentemente postamos um texto sobre o quanto você deveria ter economizado aos 30 anos, com algumas simulações de valores e cálculos (clique AQUI para acessá-lo). Agora vamos aprofundar um pouco mais este assunto.
Como dissemos anteriormente, não há um valor correto para o quanto você deveria ter em suas economias, seja qual for a sua idade. Isto irá depender de vários fatores.
Em primeiro lugar, podemos citar o perfil de gastos e ganhos de cada um.
Por exemplo, se você tem 30 anos, casou-se aos 23 e já tem 2 filhos, com certeza possui um nível de gastos razoável para manter a sua família. Agora se você tem 30 anos, está solteiro(a), não tem filhos e ainda mora com seus pais … bem, podemos dizer que as suas chances de ter acumulado mais capital durante a sua vida é bem maior.
Mas nem por isso podemos dizer que a melhor solução é não casar e nem ter filhos.
Da mesma forma, você pode ter decidido que o melhor para você seria ter um emprego em uma empresa bem estabelecida, que oferecesse qualidade de vida e certa segurança com relação à sua carreira profissional, mesmo que isso implicasse em um salário um pouco menor que a média do mercado.
E seu vizinho poderia, ao contrário de você, ter optado por ser um empreendedor e aberto o seu próprio negócio. Assim, ele teve que tomar um empréstimo no banco e está correndo muito mais riscos, mas tem a possibilidade de alcançar uma situação financeira muito melhor se o negócio der certo.
Outro exemplo: você optou por fazer um bom curso de MBA, o qual está pagando com dinheiro do seu próprio bolso. Considera isso um investimento, já que este curso pode lhe abrir as portas para novas promoções e aumentos em sua empresa, podendo marcar o início de uma carreira meteórica.
Por outro lado, seu colega de empresa prefere, ao invés de pagar o curso, investir este dinheiro e buscar retornos mais agressivos no mercado financeiro.
Nenhuma das opções acima é, a princípio, melhor que a outra. Mas é muito importante que você compreenda as implicações que elas terão na acumulação de capital durante a sua vida.
Um outro ponto a ser levado em consideração é que quanto melhor o nosso padrão de vida, ou seja, quanto mais gastamos em coisas que nos trazem conforto, facilidade e satisfação, mais temos que economizar para suportar este maior nível de gastos. Parece óbvio, mas este é um fator muitas vezes esquecido quando vamos fazer um planejamento a médio e longo prazo.
Por exemplo, guardamos dinheiro para comprar um carro novo, mas assim que conseguimos comprá-lo paramos de economizar pois já conquistamos o nosso sonho. Mas esquecemos que, ano após ano, teremos que pagar o seguro, o IPVA, a manutenção e o combustível. E que em 3 ou 4 anos, você vai começar a achar que o carro está pouco antigo, começando a dar problemas e vai querer trocá-lo por um com “cheirinho de carro novo”.
Bem, poderíamos continuar a dar outros exemplos, mas creio que já nos fizemos entender. Estabelecer metas e fazer um planejamento para o futuro não é uma tarefa fácil e envolve decisões não triviais. Para complicar um pouco mais, é preciso ressaltar que estas metas acabam sendo revistas (ou mesmo trocadas) ao longo da vida e o mesmo deve ocorrer com o planejamento. Mas afinal de contas, para que estamos nesta vida?
Talvez, uma das grandes alegrias que temos seja esta possibilidade de buscar no presente, em nosso dia a dia, as bases para construir o nosso futuro.