A Brasil Resseguros (IRBR3) figurou entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira (8), avançando 10,20%, maior variação desde outubro de 2024, impulsionada por uma mudança significativa na percepção do mercado.

Após um terceiro trimestre de resultados fracos e a conclusão de um processo sancionador na CVM, encerrado por meio de um acordo de R$ 3,5 milhões envolvendo ex-conselheiros por falhas no dever de diligência em 2019, a companhia voltou a atrair atenção dos investidores.

O gatilho para a reprecificação foi a nova avaliação do JP Morgan, que elevou a recomendação para compra e passou a listar o IRB como sua principal aposta no setor de seguros para 2026. O banco revisou o preço-alvo de R$ 54 para R$ 64 por ação, estimando potencial de valorização próximo de 33%, e destacou que a companhia pode entregar retornos relevantes mesmo em um cenário de crescimento modesto.

Segundo o JP Morgan, a tese de investimento se apoia sobretudo na forte capacidade de geração de capital do IRB. O banco projeta RoTE (retorno sobre o Patrimônio Líquido Tangível) acima de 20%, aumento consistente do lucro em caixa devido ao uso de créditos tributários e índice de solvência superior a 260% ao final de 2025. Esses elementos abririam espaço para uma política de dividendos mais agressiva ao longo dos próximos anos.

As projeções indicam payouts crescentes: 50% do lucro em 2026, 75% em 2027 e 90% em 2028, o que implicaria dividend yields estimados de 8%, 13% e 18%, respectivamente. Para o JP Morgan, esse potencial de remuneração é um dos principais fatores que justificam o reposicionamento do IRB(Re) como o nome preferido do setor entre as resseguradoras.

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