Com a variação de 0,96% apurada em dezembro, o IPCA fechou o ano de 2015 com alta de 10,67%, superando em muito o limite superior de 6,5% da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Trata-se da maior taxa de inflação desde 2002, quando a variação do IPCA ficou em 12,53%
O que é o IPCA?
IPCA é o acrônimo de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O IPCA reflete o custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos (independentemente da fonte de rendimentos), abrangendo as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, além de Brasília e os municípios de Goiânia e Campo Grande. O período de coleta, geralmente, se estende entre os dias 1 e 30 de cada mês.
Alimentação e Bebidas foi o grupo com a maior alta no mês de dezembro
Com alta de 1,50%, Alimentação e Bebidas foi novamente o grupo que mais pressionou a inflação em dezembro. Em novembro, este grupo já havia subido 1,83%. Transportes foi novamente a segunda maior alta: 1,36% em dezembro contra 1,08% no mês anterior.
Habitação foi o grupo com a maior alta em 2015
Com alta de 18,31% no ano, o grupo Habitação (que inclui energia elétrica) foi o que mais pesou na inflação de 2015. Em segundo lugar ficou o grupo Alimentação e Bebidas com alta de 12,03%.
Abacate e Cebola foram os subitens com maiores altas em 2015
Com altas de 119,52% e 60,61%, o abacate e a cebola foram os subitens com maiores altas em 2015. Aliás, 8 das 10 maiores altas foram de alimentos, incluindo o Tomate (47,45%). As exceções ficaram por conta de Energia Elétrica Residencial (51,00%) e Jogos de Azar (47,50%).
Energia elétrica residencial é o principal vilão da inflação no ano
Se o abacate ficou muito caro, é sempre possível deixar de consumi-lo e trocá-lo por algo mais em conta na sua alimentação. Já com a energia elétrica, isto não é possível. O que se pode fazer é economizar ao máximo o seu uso, usando equipamentos mais econômicos, trocando as lâmpadas antigas pelas de LED etc. Mesmo assim, a conta de luz foi o que mais pesou no orçamento do brasileiro em 2015, em especial para os moradores da região metropolitana de São Paulo, onde a alta foi de 70,97%. Em contrapartida, a região metropolitana de Salvador teve aumento de “apenas” 21,09% contra uma média nacional de 51,00%.
Curitiba é a região que teve a maior alta do IPCA
Curitiba e Fortaleza foram as regiões metropolitanas que tiveram as maiores altas de preços medidas pelo IPCA em 2015: 12,58% e 11,43%, respectivamente. Quando se considera apenas o ano de 2015 (até novembro), os campeões são Curitiba e Porto Alegre, com altas de 11,31% e 10,31%. Belo Horizonte e Vitória foram as regiões com menores altas: “apenas” 9,22% e 9,45%, respectivamente.
Inflação em 2015 é a mais alta desde 2002
Com a alta de 10,67%, a variação do IPCA em 2015 é a mais alta desde 2002, quando chegou a 12,53%, e é a primeira vez que fica fora da meta desde 2003.
Poupança ficou abaixo da inflação
Com uma inflação tão elevada, ficou mais difícil para os investidores conseguirem uma rentabilidade real positiva. Em 2015, a poupança ficou com rentabilidade real negativa: -2,35%, enquanto o CDI, descontado IR de 15%, ficou com rentabilidade real de apenas 0,52%.
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