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Para fugir de juros elevados, brasileiro compra mais carro à vista

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Para fugir de juros elevados, brasileiro compra mais carro à vista

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O brasileiro está optando mais pelo pagamento à vista de veículos em detrimento das formas de financiamento. Um dos fatores por trás dessa mudança é o patamar elevado dos juros e as condições mais restritivas por parte das instituições financeiras, segundo dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

De acordo com a entidade, das compras de veículos de passeio, 58% foram pagas à vista em 2022, no acumulado até o primeiro semestre (conforme as informações mais atualizadas). Esse percentual era de 50% no mesmo período do ano passado e de no máximo 45%, em anos anteriores.

A fatia das compras financiadas, de 42%, inclui as operações com crédito ao consumidor (38%) e leasing e consórcios.

Essa tendência também aparece nos dados da B3, que administra o sistema nacional de Gravame (documento do Detran que registra os carros que são financiados).

De janeiro a agosto, foram financiados 3,5 milhões de veículos no Brasil, entre novos e usados, uma queda de 10,2% na comparação com igual período de 2021, o que equivale a cerca de 400 mil unidades a menos.

Juros em alta

O financiamento tem sido dificultado pelas taxas de juros mais caras. A Selic, que é referência para a economia, começou a subir em março do ano passado, quando saiu de 2% ao ano para 13,75%. O Banco Central (BC) sinalizou em setembro que cessou essas altas, mas o juro deve continuar nesse patamar ao menos até meados do ano que vem.

Com a Selic em alta, a taxa de juros cobrada ao consumidor nas operações de crédito também sobe. As taxas de juros dos financiamentos de veículos, por exemplo, eram de 2% ao mês em agosto, último dado disponível pelo BC. Antes do início do processo de alta da taxa Selic, eram de 1,50% ao ano.

Parece pouco, mas essa diferença aumenta a parcela mensal em R$ 123,22, no caso de um financiamento de R$ 40 mil feito em 36 meses, para um valor de R$ 1.569,32. Ao longo de todo esse período, o consumidor terá gastado R$ 4.435,93 a mais.

Nos casos dos bancos de montadoras, as taxas subiram de 1,20% ao mês, antes do início da alta dos juros, para quase 1,80% no cenário atual.

As taxas de juros dos bancos de montadoras costumam ser mais baixas porque são uma forma de facilitar a venda dos carros zero quilômetro.

“O segmento automotivo sempre busca novas soluções e flexibilizações para chegar às melhores condições de negociação com os clientes, o que mostra os números das linhas de crédito”, diz Paulo Noman, presidente da Anef, em nota.

Inadimplência também sobe

Os consumidores encaram juros mais elevados e os bancos, maior calote.

A taxa de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) no financiamento de veículos era de 5,1% em agosto, uma alta de 0,2 ponto percentual no mês e de 1,3 ponto percentual na comparação anual, segundo dados do BC.

A tendência segue de elevação, já que o indicador de atrasos em um prazo mais curto (15 a 90 dias) chega a 7,5%.  

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