Presentear os pequenos no Dia das Crianças vai pesar mais no bolso. O preço dos brinquedos está 20% mais caro do que no ano passado. E a inflação dos presentes também afeta outros itens, como tênis (17,6%), roupa infantil (14,6%) e chocolates (10,9%), segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio) com base em dados do IBGE.
Os preços mais caros vão afetar o volume de vendas da data. A expectativa é que o Dia das Crianças movimente R$ 8,13 bilhões, queda de 3,1% em relação ao registrado em 2021.
O único item em queda é o videogame, que em um ano apresenta recuo de 1,3%. A cesta total de Dia das Crianças totaliza alta de 8,7%. A cesta foi feita pela CNC com base nos itens IPCA, índice de inflação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Se confirmada esta previsão, seria o maior percentual de reajuste desta cesta de itens desde 2016, que foi de 8,8%”, segundo Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo levantamento.
Gasto médio
Uma outra pesquisa, dessa vez da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), mostra que cada consumidor irá comprar 2,2 presentes e gastará, em média, R$ 242 para isso.
Dos participantes da pesquisa, 29% afirmaram que vão gastar mais do que no ano passado. Uma fatia maior (44%) irá gastar o mesmo valor e 17% comprarão menos.
O Dia das Crianças é a última data comemorativa antes do Natal e ajuda a sinalizar ao comércio o quão aquecida estarão as vendas no último mês do ano.
“Existe sempre uma expectativa por parte do comércio em relação ao Dia das Crianças, uma vez que a data sinaliza tendências dos consumidores e preferências de compras”, disse, em nota, José César da Costa, presidente da CNDL.
Presentes de 2022
Na expectativa da CNC, o que mais as crianças vão ganhar serão roupas e calçados, que responderão por 29% do total (R$ 2,44 bilhões). Na sequência, aparecem eletroeletrônicos e brinquedos, com 27% (R$ 2,20 bilhões). O restante da projeção leva em conta móveis, itens de perfumaria e de supermercados.
De acordo com a pesquisa da CNDL, dos que não vão presentear, o principal motivo é não terem crianças na família ou no círculo de amigos próximos, mas falta de dinheiro e endividamento também foram razões apontadas para a não realização desse gasto.
Costa, da CNDL, lembra que uma das alternativas para compensar o aumento do preço dos brinquedos e a renda mais pressionada é dividir o valor do presente com outras pessoas.
“Dividir o valor do presente com outros familiares é uma excelente opção para o consumidor presentear sem pesar no orçamento. Nesse momento de aperto financeiro, vale usar a criatividade”, explicou.