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Covid-19 turbina vendas e cobertura de seguros viagem

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Covid-19 turbina vendas e cobertura de seguros viagem

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A pandemia da Covid-19 turbinou a oferta de seguros-viagem e também os benefícios desse produto. Remarcação de passagens e prolongamento da estadia estão entre as novas coberturas ofertadas, desde que os clientes concordem em pagar um valor adicional – e a maior parte quer essa proteção.

Tradicionalmente, essa modalidade de seguro garante proteção em caso de um extravio de bagagem ou uma emergência médica e muitas vezes limitados a exigências do destino – os países europeus do tratado Schengen pedem uma cobertura ao menos 30 mil euros (o equivalente a R$ 189 mil, pela cotação atual).

Mas com o risco de infecção pelo coronavírus, os turistas passaram a ter outras preocupações e novas coberturas foram adicionadas, como a possibilidade de uma internação prolongada, as despesas com uma remarcação de voo, prorrogação da estadia, remoção e passagem para acompanhamento de menores.

“Existe essa procura e a maioria dos clientes prefere seguro-viagem com as coberturas adicionais da Covid-19”, diz Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica (SULA11).

Assim como em qualquer outro seguro, as coberturas fazem parte da apólice. Por essa razão, o cliente precisa se informar sobre o que está incluso no valor que está sendo pago e os limites para o uso de cada uma dessas coberturas.

Em caso de uma eventualidade no decorrer da viagem, deve comunicar a seguradora sobre o ocorrido para obter informações sobre qual deve ser o procedimento adotado.

Volta do crescimento

Na SulAmérica, em dezembro de 2021, 59,5% dos seguros-viagem vendidos tinham essa cobertura contra Covid-19. Em janeiro de 2021, essa participação subiu para 61,7%. A seguradora tem parceria para a distribuição dessa modalidade de seguro com a companhia aérea Gol e a Smiles.

E essa maior adesão ocorre mesmo com um custo (bem) maior. No caso da SulAmérica, um seguro tradicional de 7 dias para um passageiro de 65 anos em viagem para a Europa sai por US$ 38,17 (cerca de R$ 210, pela cotação atual). Com a cobertura para Covid-19, quase triplica de valor e vai para US$ 111,67 (aproximadamente R$ 614).

De acordo com o executivo, a venda de seguros-viagem se intensificou no final do ano passado. No acumulado de 2021, as vendas foram 65% maiores que 2020, mas 50,4% menores em relação ao ano de 2019, já que as viagens não retomaram o patamar pré-pandemia.

Esse cenário começa a mudar: ao analisar apenas dezembro, as vendas desse produto em dezembro de 2021 foram 8,7% maiores que em 2019.

Esses números também se repetem ao analisar todo o setor. Os prêmios com a venda de seguros-viagem totalizaram R$ 290,8 milhões de janeiro a novembro de 2021, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Esse montante representa um crescimento de 29,7% na comparação com igual período do ano anterior.

Vale lembrar que as fronteiras ficaram fechadas por quase todo o ano de 2020 e, em 2021, foram abertas de forma mais intensa apenas a partir do segundo semestre, com o avanço da vacinação. O desempenho dos prêmios pagos em 2021 caiu 45,3% em relação à 2019.

Alta de mais de 170%

Essa maior busca por seguro-viagem também é vista na Decolar, plataforma eletrônica de venda de produtos relacionados a viagens. Segundo a empresa, o aumento pela busca de seguro-viagem foi de 177% em 2021 nas viagens internacionais e 62% nas nacionais na comparação com 2020.

No caso das viagens para o exterior, os destinos que mais demandaram a proteção por seguro-viagem são Barcelona (Espanha), Caiena (Guiana Francesa), Washington (Estados Unidos), Tóquio (Japão) e Lisboa (Portugal).

Christian Wellisch, sócio da Globus Seguros, também afirma que a preocupação e a procura por essa modalidade de seguro cresceu. De acordo com o executivo, há uma preocupação maior com as coberturas oferecidas, o que faz com que os produtos mais completos, com a cobertura para a Covid-19, tenham demanda maior.

“A gente está observando uma transição no mercado para produtos mais robustos. Antes, a busca maior era por produtos básicos, com coberturas mínimas”, diz.

Essa busca por informações, para Wellisch, é benéfica ao setor de seguros, uma vez que os consumidores passam a entender que produtos mais completos vão ter um preço mais elevado.

“Antes a pessoa se contentava com a cobertura disponível no cartão de crédito. Agora, busca cobertura adicionais e isso é benéfico para todo o setor”, diz, afirmando que projeta um crescimento de 30% para as vendas desse seguro para 2022.

Na Globus Seguros, as coberturas adicionais para a Covid-19 implicam em um valor, no mínimo, entre 30% a 40% superior ao que era oferecido anteriormente. Ainda assim, Wellisch afirma que mais de 90% dos clientes pedem essas proteções. A seguradora tem distribuição própria de seguros, mas também usa agentes de investimento autônomos na distribuição dos seguros.

Essa aceitação por seguros mais completos está ligada ao entendimento de que o risco de contrair Covid-19 é superior ao de outras eventualidades que podem ocorrer em uma viagem. O executivo da Globus cita como exemplo dos clientes que viajam para praticar esportes.

“A pessoa está sujeita a um acidente, mas não passa todas as horas do dia na estação de ski, por exemplo. O risco está em uma parte pequena da viagem. Já com a Covid, o contágio pode se dar em qualquer lugar e momento.”

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