Por:

Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio

Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio

Por:

Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio

Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio

Por:

Por:

O Tesouro Direto tem se apresentado como uma boa alternativa de investimento nestes tempos em que a poupança tem tido rendimento abaixo da inflação. Não é à toa que o volume de recursos investidos no Tesouro Direto tem subido consideravelmente (o que tem ocorrido também com outras modalidades de investimento), enquanto a poupança vem sofrendo cada vez mais resgates. Para se ter uma ideia, o Tesouro Direto teve vendas líquidas (ingresso de novos recursos) de R$ 3,8 bilhões entre janeiro e agosto de 2015, enquanto a poupança teve resgates líquidos neste mesmo período de R$ 48,5 bilhões.

 

Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio
Quando investir no Tesouro Direto pode ser mau negócio

 

No entanto, pouco é comentado sobre as situações em que investir no Tesouro Direto pode não ser um bom negócio, podendo levar o investidor a ter prejuízo. Vamos a elas:

 

1 – Investir no curto prazo

Se você precisa do dinheiro em poucos meses, os custos do Tesouro Direto podem acabar “comendo” boa parte da rentabilidade. Isto pode ocorrer por conta da cobrança da taxa de administração da corretora, que pode ser anual, modalidade mais comum, ou por operação. No caso da cobrança anual, esta taxa pode variar de 0 a 2% ao ano e é cobrada na compra do título sobre o valor da transação, para o primeiro ano da aplicação. Caso o investidor venda o título antes de completar um ano, o valor não é devolvido. Caso o título tenha prazo de vencimento inferior a um ano, a taxa cobrada é proporcional ao prazo de vencimento.

Como exemplo, digamos que o investidor tenha comprado um título Tesouro Selic 2017 em 21 de setembro de 2015 (PU de compra = R$ 7.140,55) e a sua corretora esteja cobrando taxa de 0,5% ao ano. Com isto, a taxa devida será de R$ 35,70 (R$ 7.140,55 x 0,5%) a ser paga em 23 de setembro. Supondo que o investidor precise vender o título em 21 de outubro (PU de venda = R$ 7.217,77), a rentabilidade final antes de IR acabará ficando em apenas 0,55% para o período, já considerando também a taxa de custódia da BM&F Bovespa. Caso a taxa da corretora não fosse cobrada, o rendimento final antes de IR teria sido de 1,06%!

 

2 – Vender o Tesouro prefixado ou IPCA muito antes do vencimento

Neste caso, há o risco de se perder ou ganhar dinheiro, a depender das condições de mercado. E quanto mais longe o título estiver de seu vencimento, mais ele estará sujeito às oscilações de mercado. Usando um exemplo extremo, o investidor que comprou o Tesouro IPCA+ 2035 em 24 de janeiro de 2013 pagou R$ 963,33 por cada título. Supondo que ele precise do dinheiro neste momento e seja obrigado a vender o título, ele receberá apenas R$ 658,88 (cotação de 21 de outubro de 2015), representando um prejuízo de 31,6% no período, sem considerar os custos de transação.
Por outro lado, quem comprou o mesmo título em 04 de fevereiro de 2014 (PU de compra = R$ 554,74) e fosse obrigado a vendê-lo agora, teria um ganho de 18,77%, desconsiderando os custos de transação.

 

3 – Não “casar” o prazo do título com o prazo do investimento

O investidor deve procurar combinar o prazo do seu investimento com a data de vencimento do título. Isto irá minimizar a possibilidade de prejuízo quando chegar a hora de resgatar o título. Como exemplo, supondo que o investidor decida comprar o Tesouro Selic em 3 de janeiro de 2011 e irá precisar do dinheiro apenas em 30 de janeiro de 2015. Ao decidir investir, apenas os títulos com vencimento em 07/mar/2015 e 07/mar/2017 estavam disponíveis e com o mesmo PU de compra: R$ 4.501,44. Ao resgatar o dinheiro em 2015 (30/jan), o Tesouro Selic 2015 teria proporcionado rendimento bruto de 46,65%, enquanto o de 2017 teria rendido 46,56%. A diferença é irrisória neste caso, mas para um investimento inicial de R$ 100 mil, a escolha significaria cerca de R$ 90 a mais ou a menos no bolso.

Por outro lado, um investidor que tivesse decidido investir em Tesouro IPCA+ em 2 de janeiro de 2013, com a necessidade de resgatar o dinheiro em 13 de março de 2015, teria tido resultados bastante diferentes, caso não se atentasse ao vencimento do título. Se o investimento fosse feito no papel com vencimento em 15 de maio de 2015 (o mais próximo da data de resgate), a rentabilidade bruta teria sido de 21,33% no período. Já o investimento no Tesouro IPCA+ com vencimento em 15 de agosto de 2024 teria gerado prejuízo de 3,17%.

 

4 – Investir o dinheiro destinado a cobrir imprevistos no Tesouro Direto

Por não ter um prazo de investimento, dado que é para imprevistos e pode ser sacado a qualquer momento, não é recomendável aplicar os recursos destinados para cobrir imprevistos no Tesouro Direto e, menos ainda, em títulos prefixados ou indexados ao IPCA. Como o dinheiro pode vir a ser usado no curtíssimo prazo, os custos de transação podem vir a ser muito caros, como comentamos no item 1, mesmo aplicando em um papel de baixo risco como o Tesouro Selic. E, como não há previsão quanto à data de resgate, ao investir em papéis mais arriscados como o Tesouro Prefixado ou o Tesouro IPCA, o investidor pode vir a sofrer prejuízo, como comentado no item 2.
O melhor a fazer, no caso de dinheiro para imprevistos, é aplicar em um fundo DI com baixa taxa de administração ou mesmo em CDB-DI com liquidez diária (com rentabilidade a mais próxima possível dos 100% do CDI).

 

Caso queira comentar este e outros textos, por favor, encaminhe uma mensagem para [email protected]

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Baixe o App Minhas Economias

App Minhas Economias
QRcode Loja de Aplicativos Minhas Economias

Siga o Minhas Economias:

Categorias: